Encontro entre autoridades e representantes da sociedade civil discute carência de efetivo policial em Niterói

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O tema principal do encontro foi a carência de efetivo policial nas delegacias e no 12º BPM

Foto: Divulgação


Menos da metade do efetivo que faz parte do 12º BPM (Niterói) atua efetivamente nas ruas da cidade. A constatação é do Conselho Comunitário de Segurança de Niterói, que elaborou um estudo sobre as condições dos policiais militares no batalhão da cidade. O documento foi apresentado em reunião oficial do Conselho na manhã desta quinta-feira (25). De acordo com o levantamento, do efetivo total do 12º BPM (Niterói), composto por 1.054 homens, apenas 256 policiais prestam serviços diariamente nas ruas de Niterói, chamado pelo Conselho de ‘Efetivo Real’.

Segundo o presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Niterói, Moacyr Chagas, o déficit acontece por conta dos 140 policiais que atuam em áreas administrativas dentro do batalhão, de outros 120 que são deslocados para cobrirem a área do município de Maricá, além de outros 512 agentes que ficam de fora das escalas de serviço diariamente, por conta de férias e folgas.

Com isso, sobram cerca de 256 agentes por dia nas ruas de Niterói, o que equivale a apenas 35% do efetivo atuando no policiamento ostensivo.

Segundo o diretor do 4º Departamento de Policiamento de área (DPA), delegado Sérgio Caldas, Niterói precisa de, pelo menos, 48 policiais civis para atingir o efetivo mínimo exigido por decreto.

“A verdade é que as delegacias estão às moscas. O efetivo tanto das delegacias, quanto do batalhão de Niterói estão baixos e isso é uma questão para ser discutida. A própria legislação faz com que a polícia fique enxugando gelo. A questão é que o sistema das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) estão fazendo com que os criminosos venham para Niterói e aí a gente junta os fatores e dá nisso: em mortes e assaltos. A PM está fazendo milagre”, opina Moacyr, que teme ainda que o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), com previsão de inauguação para o início do mês que vem acabe subutilizado.

“A nossa esperança é o Cisp, mas precisa haver uma sintonia, porque se não houver polícia para investigar, vai virar um centro de televisão para as pessoas apenas ficarem assistindo”, prevê o presidente.

Já o comandante do 12º BPM (Niterói) coronel Gilson Chagas, negou as informações sobre o efetivo que atua nas ruas de Niterói, dizendo que as escalas dos policiais podem variar.

“Isso não existe, essa informação é falsa. Não sei qual a metodologia que foi utilizada, mas certamente não são estes números. Existem policiais com escalas diferentes de trabalho e são muitas variáveis”, negou o comandante.

O comandante falou sobre a parceria com as policias rodoviárias para impedir a entrada de armas e drogas na cidade e pediu para que a sociedade discuta temas como a internação compulsória de menores e, também, de maiores dependentes químicos, que segundo ele, tornam-se incapazes de responder pelos seus atos.

Insegurança – Apesar da crescente sensação de insegurança da população em decorrência dos últimos crimes ocorridos na cidade, dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio (ISP), divulgados no último dia 16, apontam queda nos indicadores de criminalidade do mês de maio deste ano em comparação com o mesmo mês em 2014, como homicídios e roubos de rua. Foram registrados 31 homicídios em maio passado contra 41 no mesmo mês em 2014. Já no período de janeiro a maio de 2015, foram 159, contra 240 no acumulado de janeiro a maio de 2014. O número de roubos de rua registraram 895 crimes em maio deste ano, contra 1.321 em maio do ano passado.

“Os índices de criminalidade de Niterói estão em queda, e o batalhão com maior efetivo do estado é o de lá. Não existe possibilidade de criar um batalhão exclusivo para o município”, disse o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, em reunião em Niterói com o prefeito Rodrigo Neves.

(Com Vinícius Rodrigues)