Escola grafitada pelo conhecimento

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Jovens exploraram suas habilidades nas artes com a iniciativa do projeto Geografite

Foto: Marcelo Feitosa

Os alunos da Escola Municipal Doutor Alberto Francisco Torres, no Centro de Niterói, estão encerrando o primeiro trimestre escolar de um jeito diferente esse ano. Os estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental participaram, na manhã desta terça-feira (11), de um mutirão de grafite na fachada, nos muros e nas paredes da unidade. A atividade foi uma iniciativa do projeto Geografite, que, como sugere o nome, une a disciplina Geografia à cultura do grafite. Segundo a escola, o projeto já vem mudando para melhor o comportamento dos alunos, afastando-os de realidades como a do envolvimento com tráfico de drogas. 

A professora Maria José Ribeiro contou que, há alguns dias, a escola recebeu a visita de grafiteiros para uma palestra. Os alunos gostaram tanto que pediram por uma oportunidade de grafitarem também. O Geografite acontece em período entre os turnos da manhã e da tarde, reunindo alunos de uma faixa etária relativamente ampla. Segundo a docente, apesar de ser uma atividade opcional, o projeto conta com participação de aproximadamente 40 alunos. 

“Nós atendemos alunos de três comunidades que, apesar de em sua maioria morar no centro da cidade, não têm essa noção do direito que eles têm à cidade. Trabalhamos isso com eles, fazemos atividades de campo. Levamos ao shopping, fizemos mapeamento dos locais grafitados da cidade. O retorno que eles dão é sempre muito positivo”, disse. 

As justificativas dadas pelos alunos para participar do projeto variam, mas tem em comum a vontade de aprender mais fora da sala de aula. Aguardando com expectativa o momento de grafitar, a aluna Maria Luiza Diniz, de 11 anos, planejou com antecedência o desenho para estampar uma das partes da parede do colégio. 

“Vou desenhar a minha cantora favorita. Nunca grafitei antes, na única vez que tive a oportunidade, quando cheguei já tinham acabado”, contou.

O projeto Geografite faz parte do Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da UFF), que visa fomentar a iniciação à docência de estudantes regularmente matriculados nos cursos de licenciatura plena, contribuindo para a formação de docentes para atuar na educação básica pública. A verba para compra do material usado na ação foi liberado pela própria escola.