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Funcionários que foram trabalhar normalmente acabaram surpreendidos pelas cartas de demissão.
Foto: Evelen Gouvêa
Cerca de mil metalúrgicos do estaleiro Eisa Petro I (Mauá), na Ponta da Areia, em Niterói, foram demitidos na manhã desta terça-feira, segundo funcionários. A empresa alegou em uma circular aos empregados que a situação financeira era complicada e que seria necessário um corte no quadro da empresa. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico dos municípios de Niterói e Itaboraí confirmou que, além dos demitidos, outros 600 trabalhadores deverão ser realocados para o Estaleiro Ilha S.A, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, que pertence ao mesmo grupo do estaleiro Mauá. O estaleiro está construindo navios petroleiros encomendados pela Transpetro.
Foto: Evelen Gouvêa
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Apesar das demissões não houve manifestação. Pela manhã, os funcionários foram trabalhar normalmente e foram surpreendidos pelas cartas de demissão. Eles se reuniram na porta do estaleiro, mas não houve manifestação.
O sindicato entrou com uma denúncia no Ministério Público do Trabalho contestando as demissões e cobrando que sejam pagas indenizações a todos os que foram demitidos.
Serginaldo da Silva, de 62 anos, trabalhava no estaleiro há 9 anos e foi um dos demitidos. Apreensivo com a situação, o metalúrgico contesta a empresa e critica o tratamento que os funcionários recebem.
“Eu sei que a situação do Brasil é bem complicada, mas demitir mil pessoas? Desses mil trabalhadores, muitos tinham anos de casa e honravam a empresa. Trabalhavam firme e foram demitidos. Acredito que faltou respeito aos dispensados e, principalmente, faltou com os mais antigos, que sempre fizeram o seu melhor pelo bem e o sucesso do estaleiro”, lamentou.
Edson Rocha, presidente do Sindicato, ressaltou o repúdio às demissões e afirmou que a entidade lutará pelos direitos dos demitidos.
“Eu repudio essas demissões, nós sempre fomos contra e achamos que poderiam ter outras soluções. A situação do Brasil é complicada. A crise na nossa categoria é imensa, mas continuaremos a nossa luta. O que queremos agora é que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e as indenizações sejam feitas para todos os metalúrgicos demitidos”, informa.
O Estaleiro Eisa Petro I foi procurado, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.
Estaleiro demite mil funcionários em Niterói
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