ETE Henrique Lage passa por problemas estruturais

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Sem porteiro e com a secretaria funcionando apenas uma vez por semana, a estrutura da instituição está comprometida

Foto: Giovanni Mourão / Colaboração

Alunos e docentes da Escola Técnica Estadual Henrique Lage (Faetec), no Barreto, Zona Norte de Niterói, alegam que não estão recebendo material escolar e merenda, além de denunciarem que funcionários terceirizados estão sem receber salário, vale-transporte e vale-alimentação há cerca de quatro meses, o que está causando falta de funcionários de limpeza, vigias, inspetores, cozinheiros e porteiros.

De acordo com o estudante Daniel Guanabara Neves, de 18 anos, os problemas encontrados estão atrapalhando todos da comunidade escolar.

“A situação na escola está caótica. Professores estão precisando comprar material para poder dar aula e os terceirizados não estão vindo trabalhar pois não recebem seus salários há vários meses. Nem merenda e almoço estão mandando para a escola. A infraestrutura está totalmente fraca, estamos até sem porteiros, qualquer um entra. A secretaria está funcionando apenas uma vez por semana”, declarou o membro do grêmio estudantil.

Professores concursados também alegam que estão recebendo seus salários com atraso todos os meses desde o início do ano. O professor de desenho Carlos Buck afirmou que nunca viu situação parecida na unidade.

“Eu trabalho aqui desde 2003 e nunca vi uma situação como a atual, nunca houve falta de alimentos na escola. É inacreditável o ponto a que a situação chegou. Por falta de almoço, o colégio só está funcionando em um único turno. A direção da escola está sendo cuidadosa e fazendo tudo o que está ao seu alcance para não prejudicar os alunos. Essa foi uma das estratégias utilizadas”.

Carlos Buck disse ainda que o salário dos servidores concursados também está sendo pago com atraso e que a direção da unidade está fazendo o possível para manter a escola aberta.

“O governo mudou a data de pagamento dos salários dos servidores, o que já me causou prejuízos financeiros. Antes recebíamos no início do mês, agora pagam só na segunda metade. Estamos comprando material para dar aula e até as torneiras do banheiro dos professores não funcionam mais. Fazemos nosso melhor para dar as aulas, mas entendemos que o aluno está sendo extremamente prejudicado”, afirmou o docente de 47 anos.

Após uma reunião realizada nesta terça-feira entre pais, estudantes, servidores e terceirizados da escola, foi criado um abaixo-assinado. O objetivo é que o documento seja enviado como denúncia contra a Faetec ao Ministério Público, com cópia à Comissão de Educação da Alerj nesta quinta-feira (27).

Por nota, a Faetec informou que repudia o corte brusco na entrega de gêneros alimentícios, sem comunicação prévia. O último repasse feito para as empresas de alimentação ocorreu em agosto e, por contrato, atrasos nas parcelas não podem justificar o corte na merenda dos alunos. Todas as empresas que não estão cumprindo suas obrigações contratuais foram notificadas e serão multadas de acordo com os prazos previstos nos contratos. A Faetec já iniciou procedimentos para a rescisão dos contratos e contratação de novos fornecedores em caráter emergencial, caso o fornecimento não seja regularizado imediatamente.

Sobre o atraso nos pagamentos, a Fundação explicou que aguarda o aumento no fluxo de caixa do Estado para quitar parcelas atrasadas. Há uma previsão de um novo repasse da Sefaz neste mês. A Faetec reforça que, pelos contratos firmados com os fornecedores de mão de obra, assim como no caso da merenda, eventuais atrasos nas faturas não podem ser usados como desculpa para o não pagamento dos salários e que novos contratos estão sendo feitos para regularizar a situação de boa parte dos fornecedores.