Fiocruz vai blindar dois de seus prédios

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Os reflexos da violência nos campi da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Avenida Brasil, em Manguinhos, Zona Norte do Rio, levou a instituição a tomar a decisão de blindar os prédios da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) e o Laboratório de Pesquisas Clínicas do Instituto Nacional de Infectologia (INI).

Nas justificativas para a obra, a instituição diz que a escola e o laboratório já foram alvejados por disparos de arma de grosso calibre e de uso militar  durante conflitos no seu entorno. Daí a presidência da Fiocruz “tomou a decisão de implementar soluções de proteção balística” para garantir a segurança dos trabalhadores, alunos e visitantes.

A Fiocruz indicou ainda que a demanda foi analisada pelo seu Departamento de Vigilância e Segurança Patrimonial (DVSP), “que identificou as áreas de risco, definindo os locais que precisariam ser protegidos contra disparos”.

O coordenador geral de Gestão de Pessoas da Fiocruz, Juliano Lima, disse que embora toda a área da Fiocruz esteja sujeita a ocorrências de tiros, algumas unidades estão mais diretamente expostas , como é o caso da escola e do laboratório, que no entanto, não serão as primeiras a receber este tipo de blindagem. 

“Ao lado da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, tem a Escola Nacional de Saúde de Pública, que desde os anos 2000 já conta com anteparo balístico”, falou.

Segundo o coordenador, os estudos da equipe de Segurança da Fiocruz não indicam a necessidade de blindagem em outras unidades neste momento, mas isso não está descartado, se houver a intensificação dos conflitos na região. 

“Mas, por ora o que gente tem são esses dois prédios apenas”, afirmou.

Confrontos – Lima apontou o padrão de intervenções das forças de segurança na região como um dos fatores para a escalada de violência nas comunidades do entorno da Fiocruz. Ele informou que o Centro Latino Americano de Estudos de Violência em Saúde analisa esta relação e os trabalhos têm demonstrado que é preciso mudar o padrão. Ele lembrou a morte de Matheus Melo, de 23 anos, que trabalhava na Fiocruz como terceirizado e foi baleado na noite de segunda-feira, quando saída de moto do Jacarezinho, onde tinha ido levar a namorada.

Reformulação - A presidência da Fiocruz já encaminhou ao Governo do Estado do Rio e à Secretaria de Segurança um pedido para a reformulação das ações nas comunidades, e agora com a mudança na cúpula da e segurança pretende renovar o pedido. O coordenador acrescentou que, além dos riscos para quem frequenta os campi de Manguinhos e da expansão na Maré, existem os prejuízos causados pelas interrupções dos trabalhos nos momentos dos confrontos. Isso sem contar que, em alguns casos, os empregados, alunos, professores e pesquisadores precisam passar por atendimento psicológico.

A Secretaria de Estado de Segurança do Rio preferiu não comentar a blindagem dos prédios da Fiocruz.