Após cerca de três meses, a greve dos professores da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) chegou ao fim nesta segunda-feira (11), mas a precária situação das unidades de ensino continua. Na Escola Técnica Estadual Henrique Lage, que fica no Barreto, Zona Norte de Niterói, os alunos e professores que voltaram às aulas encontraram a unidade com uma série de problemas. A decisão de retomar as atividades, tomada na última quinta-feira, não foi unânime entre os servidores, que operam em Estado do Greve – ou seja, se a categoria avaliar que não há condições de continuar em operação, pode retomar a paralisação de suas atividades a qualquer momento.
Os funcionários terceirizados seguem sem receber salário e, por isso, salas, corredores e banheiros estão sem limpeza. Sem merenda, os alunos foram embora antes do horário normal de aulas. O campo de futebol, localizado nos fundos da unidade, está inutilizado, porque, sem manutenção no local, o mato cresceu e tomou conta de todo o espaço.
“Os banheiros estão imundos, só temos três inspetores trabalhando, não tem merenda. A situação é crítica, não temos condição de ter aula”, apontou Mateus Barbosa, aluno do 2º ano da instituição, e membro do Grêmio Estudantil.
A situação é complicada também para os funcionários. Concursado, o inspetor Ubiratan Souza foi trabalhar, mas também reclamou das condições precárias da escola técnica. Ele contou ainda, que, sem pagamento, os funcionários estão vendendo sanduíches e refrigerantes para ajudar a pagar o transporte até a unidade de ensino.
O presidente da instituição, Alexandre Vieira, informou que as exigências da categoria serão atendidas gradativamente. Em até 45 dias, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, a qual a Faetec está subordinada, deve apresentar ao governador em exercício, Francisco Dornelles, estudo sobre o impacto financeiro para a implementação do auxílio-alimentação; e de regulamentar, em até 30 dias, a criação de um grupo de trabalho, composto pelo sindicato e por representante da secretaria e da Faetec, para avaliar as pendências do Plano de Carreira do Servidor.
A greve dos servidores do Estado terminou nas 51 unidades após 124 dias.