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Trabalhadores fizeram nesta segunda-feira, uma assembleia no pátio do Estaleiro Eisa Petro-Um, na Ponta da Areia
Divulgação
Cerca de 3.500 funcionários do Estaleiro Eisa Petro Um (Mauá), localizado no bairro Ponta D’Areia, em Niterói, decidiram paralisar os serviços por tempo indeterminado.
Em assembleia realizada nesta segunda-feira (15) pela manhã, na porta do estaleiro, os metalúrgicos cruzaram os braços em protesto pela falta de pagamento. Os trabalhadores – que receberam cerca de 70% do salário – compareceram ao estaleiro, bateram o ponto, porém não trabalharam.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico dos Municípios de Niterói e Itaboraí, não haverá expediente enquanto a empresa não informar a data que será efetuado o pagamento em atraso.
O presidente do sindicato que representa a categoria, Edson Rocha, informou que apenas o estaleiro Mauá apresentou problemas com o pagamento.
“Os demais estaleiros estão com o pagamento em dia. Procuramos os clientes do estaleiro, entre eles a Transpetro, para verificar as situações de pagamentos ao Mauá, já que a empresa alega não ter recursos para pagar integralmente os salários. É inadmissível que uma empresa pague parcialmente o salário de seus funcionários. Os metalúrgicos trabalharam em tempo integral, 100%, então, não podem receber apenas 70%. ”, ressaltou Rocha que ainda acrescentou que o sindicato solicitou à prefeitura de Niterói uma interlocução junto à empresa e aos governos Estadual e Federal.
De acordo com o secretário municipal da Indústria Naval, Luís Paulino, a prefeitura está tentando fazer com que os estaleiros sejam menos dependentes da Petrobras. “Os estaleiros estão produzindo, fazendo o que determinam os contratos e entregando os serviços em dia, mas existe uma demora da Petrobras em realizar esse pagamento”, disse.
Em nota a Transpetro informou que está rigorosamente em dia com todas as obrigações contratuais com o Estaleiro Eisa Petro-Um.
Até o momento, o Estaleiro Eisa Petro-Um não se pronunciou sobre o caso.
Indústria Naval é tema de seminário em Niterói
A secretaria municipal da Indústria Naval, Petróleo e Gás vai ministrar um seminário na próxima quinta-feira para discutir problemas do setor, como a falta de repasse de verbas da Petrobras. O 1º Seminário de Construção Naval e Offshore também vai discutir o desassoreamento do canal de São Lourenço, imprescindível para as empresas instaladas na Ilha da Conceição. A demora nas obras de desassoreamento e o acúmulo de embarcações impedem a utilização do primeiro Terminal Pesqueiro Público do Rio de Janeiro, no Barreto, que até hoje não tem condições de receber os barcos de pescadores por falta de calado (profundidade necessária para embarque ou desembarque). Para Edson Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, é de extrema importância a discussão dos problemas no setor. Ele ressaltou ainda que, neste mês, cerca de 3,6 mil funcionários de estaleiros correram o risco de não receber salários. No entanto, uma reunião na última terça-feira garantiu parte do dinheiro na conta dos trabalhadores.
“Apesar das demissões, temos boas expectativas em Niterói por causa dos trabalhos que estão surgindo. Recentemente tivemos 200 admissões na UTC, integração de módulos no estaleiro Brasa com a expectativa de contratações dos chamados peões de trechos, construção de seis navios no estaleiro Mauá, ou seja, boas expectativas. Nosso receio nessa crise é com o bloqueio dos repasses”, disse Edson.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval) anunciou na última semana a crise em alguns estaleiros pelo Brasil por causa da operação Lava Jato (ação da Polícia Federal que investiga denúncias de desvio de dinheiro da Petrobras e o envolvimento de empreiteiras). Com a crise, o Sindicato da Indústria Naval Brasileira (Sinaval) disse que há a possibilidade de mais 11 mil demissões no Brasil.
Metalúrgicos decidem entrar em greve na Ponta da Areia
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