Mostra da Maldita recebe visita de honra

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Monika é uma das vozes mais marcantes da Maldita e entrou na rádio com apenas 18 anos.

Foto: Marcelo Feitosa

Primeira radialista da Rádio Fluminense FM, no início da década de 1980, Monika Venerabile esteve nas salas do Espaço Cultural dos Correios, no Centro de Niterói, no sábado (20), visitando a exposição “Maldita 3.0 – No Universo da Rádio Fluminense”. Quando a rádio foi ao ar, em 1982, a primeira a falar foi a locutora de rádio Selma Boiron, mas Monika já fazia parte da história do Grupo Fluminense desde 1973, quando tinha 8 anos de idade e era repórter mirim do suplemento impresso Pingo de Gente, comandado, na época, pela presidente Nina Rita Torres. 

“Eu fui a sócia número 8 do Clube Pingo de Gente, escrevia cartinhas para o jornal e me chamaram para ser colunista. Ganhei uma coluna, o Cantinho da Monika, que era metade de uma página e feita com fotocópia da minha letra mesmo, além de recortes e colagens minhas. Em 1974, ganhei o prêmio de Repórter Mirim do Estado do Rio de Janeiro, das mãos do Doutor Alberto Torres, ao lado de Umbelino Silva, que recebia o de Mais Antigo Repórter do Estado do Rio de Janeiro, aos seus 91 anos”, lembra Monikinha, como também é conhecida. 

A locutora acabou fazendo parte da programação da rádio AM do grupo com programas infantis e, na adolescência, com um programa de surfe. Já aos 18 anos, Monika foi convidada para integrar a nova Rádio Fluminense FM por Luiz Antonio Mello e Samuel Wainer Filho, idealizadores do projeto da “Maldita”, como a rádio ficou conhecida nos anos 1980. 

“A partir da minha locução, o Luiz Antonio se inspirou e disse: Gostei, eu acho que dá para fazer uma rádio só de mulheres. E, assim, criou-se uma nova geração de garotas que falam no rádio, porque, até então, eram só meninas sexy, em rádio meio motel. Com o conteúdo, a comunicação e a boa programação musical da Rádio Fluminense, foi natural a Monikinha se tornar a Monika Venerabile”, relembrou a locutora.

Já Paulo Lopez integrou a equipe entre 2001 e 2003

Foto: Marcelo Feitosa

Outro integrante da Maldita, já da segunda geração da rádio, de 2001 a 2003, que esteve presente na mostra foi Paulo Lopez, hoje gerente do Imperator, centro cultural no Méier, no Rio. Paulo relembra o quanto a Maldita foi importante para o momento jovem e o rock da época no País. 

“Achei a exposição sensacional. Trazer todos esses itens, entre discos, fotos e imagens, produzir e executar não deve ter sido fácil, mas ficou incrível e só tenho que parabenizar o Alessandro [Alr, curador da exposição]. Eu tenho uma memória porque trabalhei na rádio, mas muita gente não conhece toda a história e a importância dela para a cena cultural brasileira. Esse resgate é valioso”, comenta. 

A mostra pode ser vista até 11 de julho. O Espaço Cultural dos Correios fica na Avenida Visconde do Rio Branco, 481, no Centro de Niterói. Das 10h às 19h, de segunda a sábado (exceto feriados). Entrada franca. Mais informações pelo telefone 3269­-1969.