Após a conclusão do primeiro curso de armamento e tiro da Guarda Civil Municipal de Niterói, 31 agentes da corporação estão prestes a receber o porte de armas de fogo em serviço. Agora o início da atuação armada depende apenas da emissão do documento oficial por parte da Polícia Federal, que ministrou o curso.
“Neste primeiro momento, a atuação com armas de fogo será restrita a ambientes fechados e de uso restrito das forças de segurança, como a Cidade da Ordem Pública, a delegacia da Polícia Federal e o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp). Enquanto os portes não forem emitidos, a atuação segue normal, sem armas de fogo”, disse o secretário de Ordem Pública do município, Coronel Gilson Chagas.
Na segunda quinzena de outubro, após a fase experimental, a prefeitura vai promover um plebiscito para que a população opine sobre o armamento da categoria. Caso aprovado, a atuação armada será ampliada para toda a corporação, atualmente formada por aproximadamente 600 agentes. O objetivo é transformar os agentes em policiais comunitários, que fariam uso de armas curtas e de manejo individual, como revólveres calibre 38.
O presidente da Câmara dos Vereadores de Niterói, Paulo Bagueira (SD), se manifestou a favor da iniciativa da prefeitura, defendendo ser uma forma de “reagir a essa onda de insegurança que nos aflige”.
“A meu ver existem benefícios claros, como o aumento do efetivo ostensivo nas ruas e o pleno poder de ação na proteção ao cidadão que a arma de fogo propicia. Lembrando que o objetivo central da polícia comunitária é trabalhar junto com a população para identificar, priorizar e resolver problemas”, disse.
No entanto, o líder da oposição na Casa Legislativa, Paulo Eduardo Gomes (PSOL), reiterou sua posição contrária à medida.
“Colocar mais arma na rua só vai contribuir para o aumento da violência. A guarda pode sim ajudar na segurança dos cidadãos, mas exercendo um papel preventivo, com presença nas ruas e nas portas das escolas, além de uma atuação fiscalizadora se utilizando das câmeras da cidade que nos custaram milhões. Isso não vem acontecendo”, contrapôs.
Representando a categoria, o presidente da Associação dos Funcionários da Guarda Municipal de Niterói, Raphael Dias, afirmou que a proximidade existente entre os agentes e a população facilitará o trabalho com armas de fogo.
“Com o alto índice de violência em todo o Estado, é inevitável armar a categoria. O papel da Guarda Municipal será de prevenção primária, a nossa intenção não é tirar a atribuição constitucional que a Polícia Militar tem, de policiamento ostensivo”, disse.