![]()
Dos sete catamarãs sociais na linha Arariboia, apenas três contam atualmente com sistema de climatização
Fotos/Evelen Gouvea
O edital da nova licitação das barcas prevê a implantação ou melhoria do sistema de climatização. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Transportes (Setrans). Na semana passada, a Secretaria Estadual de Transportes (Setrans) recebeu a autorização da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RJ) para seguir com o processo de licitação para a contratação de uma nova empresa que fará a concessão do serviço aquaviário no período de 20 anos. Em 2015, a CCR barcas entrou com uma ação de rescisão de contrato com o Estado, alegando prejuízos orçamentários. A empresa possui a concessão do serviço marítimo desde 1998.
Mas enquanto a licitação não acontece, os usuários permanecem amargando a precariedade do serviço oferecido no transporte aquaviário, mesmo após o reajuste de 3,38% na tarifa das barcas, que elevou o preço da passagem de R$ 5,90 para R$ 6,10. Nesta semana, com termômetros marcando a máxima de 35 graus, usuários continuaram a enfrentar calor e superlotação nas embarcações que realizam o trajeto Praça XV e Arariboia.
A CCR Barcas opera com uma frota de sete catamarãs sociais na linha Arariboia, sendo apenas três com sistema de climatização (Corcovado, Pão de Açúcar e Itacoatiara) e quatro sem refrigeração (Ingá, Gávea, Neves e Urca). Os passageiros que utilizam o transporte marítimo alegam que é comum ver catamarãs climatizadas ancoradas na estação Arariboia, enquanto as barcas sem ar-condicionado estão em serviço no horário de rush.
De acordo com a Agência reguladora de Serviços Públicos (Agetransp), o contrato de concessão atualmente em vigor não prevê a obrigatoriedade de utilização de embarcações com ar-condicionado nas linhas sociais. Para os passageiros, isso deveria ser revisto, pois alegam que viajam em condições insalubres por conta do calor.
“As embarcações são uma verdadeira sauna. Lembro que, no mês da inauguração da Gávea, o ar-condicionado funcionou por mais de 30 dias, depois o clima foi de tortura. O passageiro precisa ter sorte para garantir uma viagem na barca climatizada, porque mesmo nos dias de calor extremo a CCR disponibiliza as embarcações sem sistema de refrigeração para o público. Um verdadeiro descaso com o passageiro que contribui com as tarifas abusivas e recebe em troca esse serviço precário”, reclama a psicóloga Marisa Alves, 50 anos.
Devido ao clima quente no interior das embarcações, alguns usuários revelam que só recorrem ao transporte marítimo em caso de máxima necessidade, porque os 20 minutos de viagem se tornaram um momento de tortura. O advogado Márcio Couto, 59 anos, conta que utiliza o serviço diariamente, mas a última vez que teve a chance de viajar a bordo de uma catamarã com sistema de refrigeração foi há cerca de dois meses.
“Atualmente, nós estamos enfrentando uma condição insalubre nas barcas, sobretudo, no caso dos trabalhadores que utilizam vestimenta social. Eu chego no trabalho com o terno úmido de suor, porque nunca consigo embarcar em uma catamarã com ar-condicionado. Nas sextas-feiras, o problema é ainda pior. O número de pessoas que recorrem ao transporte aquaviário para fugir do trânsito na Ponte é grande e a superlotação torna a viagem ainda mais dolorosa nos dias de calor”, conta.
Em nota, a CCR barcas alegou que a frota é alocada de acordo com a necessidade da operação, e que não há embarcações específicas para as viagens. Portanto, a malha operacional é planejada conforme a demanda média de passageiros por horários e a disponibilidade dos barcos. Além disso, a concessionária esclarece que as embarcações climatizadas são utilizadas sempre que há necessidade.
Segundo a Agetransp, em 2018 foram registradas 39 reclamações junto à ouvidoria sobre o sistema de transporte aquaviário e 57 interações por meio das redes sociais no twitter e no facebook.
Novas barcas terão climatização
Tpografia
- Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
- Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo Leitura