A primeira instância na área criminal está mostrando sua finalidade perante o mundo jurídico e a sociedade brasileira. Curitiba, Rio e Brasília assumem a vanguarda em conceito, em eficiência e coragem no desafio às decisões de Brasília.
Acompanham o clamor e seguem à risca as investigações das Polícias Federal e Estadual e dos MPF e MPE, em força total. Escreveu não leu é condenação.
Em meio ao terremoto, porém, surgem interpretações que causam verdadeiros reboliços nos meios jurídicos. Mas é a vida e faz parte do jogo de palavras para Brasília justificar a decisões que lançam uma pá de cal e deixam estupefação pelos argumentos expostos.
Segundo os advogados, não tratam com o mesmo rigor os pobres e oprimidos nessas cantilenas de soltura, tornozeleiras eletrônicas, etc. etc.
Os não benditos pela sorte continuam comendo o pão que o diabo e purgando os pecados em presídios e cadeias, sem que alguém pense em conceder uma colher de chá na mesma interpretação de Brasília.
São dois pesos e duas medidas: rico e remediado, de um lado, e pobre ou sem nível social compatível para merecer a atenção, do outro.
Afinal, com quem está a razão? Com o primeiro grau ou com Brasília?
É uma parada cabeluda, e bota cabeluda. É difícil explicar esse teorema nos meios jurídicos. São interpretações que estão acima do razoável para serem digeridas. São lances de quase impossibilidade de aceitação, até para o bom jogador de xadrez conseguir o xeque-mate
Salvo melhor juízo, certamente as vantagens são para a primeira instância pela sua coerência em analisar e chegar às conclusões que levaram os investigados ao muro das lamentações.
A justiça é a arte da interpretação. Cada um vê a coisa por um enfoque, do primeiro grau a Brasília. Mas existem decisões que são difíceis de serem compreendidas por qualquer mortal. Sobretudo, quando a destinação só alcança o andar superior da sociedade.
Eis aí o cerne da questão, quando o ser deixa de ser.
O mundo jurídico e a sociedade não assimilam essas interpretações, muitas fundamentadas em arrazoados discutíveis. Não se preocupam com o disse-que-disse e não se importam com o que se pensa.
A questão do conceito é importante, e atinge Brasília em cheio por espelhar uma grande divergência para cada caso concreto.
A imagem que o Supremo passa não é das melhores, tudo por causa de decisões, que demonstram que o lado forte, continua forte, e o lado fraco, prossegue fraco.
Não é jogo de palavras, mas lamentavelmente é a mais cristalina realidade. Os fatos estão em evidência.
Errado ou certo só a consciência pode avaliar.
O cachorro e o rabo
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