O meu, o seu e o passaporte da Lorryane...

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Com problemas desde abril na Casa da Moeda – antes faltou papel –, a emissão de um passaporte pode levar até 45 dias – agora foi uma máquina que quebrou –, é injustificável tanta demora na entrega do documento de viagem.

Desculpas, confusões e dificuldades fazem parte dessa saga burocrática. Ora é a baixa do dólar que incentiva maior procura; ora são as férias escolares que congestionam os postos, até a falta de pessoal já foi objeto de escusa no atendimento.

Os problemas com sua emissão acontece já no momento da marcação à entrevista em um posto de atendimento, o agendamento feito exclusivamente on-line, tinha o propósito de acabar com intermináveis filas que se formavam pelas madrugadas nas portas das delegacias a espera de senhas.

Todavia, aqueles aglomerados de pessoas ainda estão lá, hoje se ajuntam e disputam horários em silêncio virtual, destarte, conseguiram atualizar na prática a máxima: “o que os olhos não veem a população não sente”.

Por conta dos agendamentos, muitas pessoas até se deslocam de suas cidades em busca de uma vaga, que em períodos de maior procura já registrou mais de três meses de espera por um horário de assistência.

Embora o atendimento para conferência dos documentos ou entrega do passaporte pronto, de regra seja cortês, porém, no dia o horário programado nem sempre é respeitado, ora é o “sistema que cai”, ora o almoço que chega, ora faltam servidores direcionados às operações especiais, ora são as férias que desfalcam as equipes, ou ainda a falta de “terceirizados” afastados em razão de contratos vencidos, portanto, “muita calma nessa hora!”

Por outro lado, todo o procedimento há muito poderia ter sido simplificado se descentralizassem a entrada do documento para outros órgãos, em concurso, afinal, boa parte – se não a maioria –, dos atendentes já não são policiais de carreira, estando as tarefas aos encargos de contratados.

Entretanto, essa desconcentração importa na perda de substancial receita para a Polícia Federal, em 2015 foram emitidos exatos 2.280.561 passaportes, ao valor unitário de R$ 257,25, assim, quem pretende os frutos do monopólio deve primar pelo bom atendimento, não tratando a clientela como se fizesse um favor.

A proposta é simples: prestar o melhor serviço; “agradecer a preferência”; agir como se houvesse uma concorrência ameaçando a posição; e deixar os atrasos somente por conta do que não se puder prever.