Protesto contra tortura pede criação de centro de memória no Rio

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Manifestantes pelos direitos humanos fizeram neste sábado (1º) um protesto para pedir que o antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na região central do Rio de Janeiro, abrigue um centro de memória da resistência durante a ditadura militar. Inaugurado no início do século 20, o prédio é da Polícia Civil e, durante a ditadura, foi cenário de violações aos direitos de presos políticos.

O ato se concentrou a dois quarteirões do prédio e caminhou em sua direção durante a tarde. Os manifestantes levavam cartazes que lembravam a repressão do regime militar e denunciavam a persistência de práticas que contrariam os direitos humanos, como a tortura. A psicóloga Vera Vital Brasil, que chegou a ser presa no prédio em 1969, disse que o trabalho da Comissão Nacional da Verdade permitiu abrir a pauta da memória a grupos que vão além dos torturados e dos familiares de mortos e desaparecidos. 

"Essa luta é uma luta conjunta, que precisa ser apropriada por todos que estiveram nas prisões do passado, como eu estive, como também os jovens que hoje vivem a barbárie, o genocídio da população pobre e negra. Se a gente não conhecer a nossa história, não vai dar um passo à frente para construir o nosso país", disse a militante, que hoje tem 70 anos e é integrante do coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça.