Prova de resistência

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Não vai ser fácil para os estudantes prestarem hoje e amanhã o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mais de 240 mil estão fora da prova devido aos locais de realização do exame não oferecerem condições de segurança por causa de ocupações de protesto em escolas, institutos e universidades. Em 364 locais, a realização de provas foi cancelada. 

No município de Niterói, 7.112 candidatos que prestariam o exame em nove prédios do Campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) não poderão fazer a prova. É uma situação delicada para estudantes que se preparam o ano todo para prestar um exame visando garantir o ingresso em uma universidade. 

O tempo a mais que ganharão para realização do exame no mês de dezembro, conforme previsto pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), instituição responsável pela realização do exame, pode ser ou não uma vantagem. Quem garante que a ocupação das escolas estará resolvida até lá? 

O motivo do protesto, de acordo com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, já aprovada na Câmara e em análise para votação no Senado. O temor dos estudantes é a possibilidade de redução dos repasses para a área de educação. Outro motivo de descontentamento é a reforma do Ensino Médio proposta pelo Governo. 

Manifestar-se é um direito, mas todo protesto deve ter sua dimensão avaliada. O exame, que já é difícil, promete virar uma prova de tensão e resistência.