Sem margem para erros

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As eleições já batem à nossa porta: falta pouco, muito pouco mesmo, para que todos estejamos nos dirigindo às urnas mais uma vez. E serão eleições especialíssimas, extremamente importantes para os rumos do país, dada a delicada situação política e econômica que temos atravessado. O tempo é curto -- com o agravante de que há uma Copa do Mundo no meio do caminho --, e muito temos a discutir, com calma e profundidade.

Por ser tão grave, o quadro geral do Brasil e do nosso Estado depende, de forma muito especial, daqueles que serão eleitos este ano. Na mesma proporção, aumenta a responsabilidade de nós, eleitores, que necessitamos ser, mais do que nunca, exigentes questionadores daqueles que se colocarão como candidatos a deputados, senadores, governador e presidente. Normalmente, as discussões ganham corpo quando os atores do cenário eleitoral já estão definidos -- mas desta vez, e por tudo, não há como ficarmos aguardando. Certas questões precisam ser colocadas desde já, como pontos inegociáveis daqueles que buscarem ser nossos representantes e governantes.

A retomada do desenvolvimento econômico, por exemplo, há de ser um dos temas que queremos ver debatidos com muita precisão, com propostas concretas e compromissos claramente assumidos pelos candidatos. O que cada um deles tem a propor? Quais os prazos e custos envolvidos? E destas propostas, quais serão as prioritárias?

No âmbito federal, independentemente de quaisquer outras ações, se faz inadiável uma reforma tributária sensata, exequível e justa, que privilegie o capital produtivo em detrimento daquele que é meramente rentista ou especulativo. Que apóie o empreendedor, por compreender que é através dele que se abrem vagas de trabalho, se distribui renda e são reduzidas as disparidades sociais.

Na esfera estadual, precisamos ir muito além da normalização do calendário de pagamentos dos servidores -- isto, convenhamos, é o básico, o mínimo obrigatório. Fechemos o foco aqui na região de Niterói, por exemplo. Precisamos urgentemente do renascimento da indústria naval; e, é claro, de um expressivo reforço no aparato de Segurança Pública. Além disto, temos várias outras questões locais, nós que desde meados da década de 1970 deixamos de ser Capital, sem nunca termos sido recompensados à altura. Por que não redirecionar para cá as sedes de alguns dos principais órgãos públicos? Espaços não faltam. Aliás: sobram. Por sinal, o Estado poderia se desfazer de muitos prédios públicos aqui, que se encontram subaproveitados ou, mesmo, totalmente desertos e sem função.

Há, enfim, muito o que se discutir, e o tempo é curto. Nós vamos cobrar extrema objetividade e clareza de propostas por parte dos candidatos, pois não há margem para erros ou aventuras, neste que é um dos mais delicados momentos da história brasileira.