Taxistas com medo de circular

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Segundo sindicato da categoria, taxistas estão evitando trabalhar à noite, devido à onda de violência na cidade

Douglas Macedo

A violência em Niterói vem assustando cada vez mais os motoristas de táxi da cidade, que já não circulam com tranquilidade pelas ruas devido aos frequentes casos de assaltos e ataques contra os trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Taxistas de Niterói (Sinditaxi), “muitos motoristas não querem trabalhar durante a noite com medo de serem as próximas vítimas”. Para tentar amenizar a situação e dar mais segurança para motoristas e passageiros, José Félix dos Santos, membro da direção do Sinditaxi, informou que vai encaminhar ofício ao comando do Batalhão de Niterói (12º BPM) solicitando que os táxis também sejam parados nas blitze realizadas pela PM na cidade, o que, segundo ele, não vem ocorrendo atualmente com frequência.

“Já ligamos para o 12º BPM e estivemos lá fazendo esse pedido, mas agora vamos formalizar a solicitação. Ainda não temos contabilizados os números de casos de violência na cidade, mas posso afirmar que hoje o taxista trabalha com medo porque ocorrem furtos e agressões em todos os lugares, principalmente à noite. Esse é um dos motivos pelo qual a maioria dos motoristas já não quer mais trabalhar em horários noturnos”, ressalta o diretor.  

As cooperativas de táxis da cidade informaram ainda que a violência está fazendo com que a população saia menos de casa, principalmente à noite.

“Já é perceptível a queda no número de chamadas”, informa Paulo Roberto Andrade Júnior, diretor-presidente da Cooptax. “As pessoas também têm medo de serem abordadas por bandidos durante o trajeto ou na hora do desembarque”, explica.

Segundo ele, os cooperatos, que costumam trabalhar em horários alternados, não querem mais trabalhar à noite. “E quem perde são os passageiros”.

Na última sexta-feira, o taxista Marcio Antônio Mazzeto, de 56 anos, foi atacado com pelo menos dez golpes de faca na altura do pescoço e do rosto, depois de se recusar a entrar em uma comunidade no bairro do Fonseca, na Zona Norte da cidade.

“Eu não entendi o que aconteceu. Simplesmente disse ao homem que não entraria na comunidade. Depois ele começou a me atacar por trás”, lembra Márcio, ainda abalado, enquanto se recupera, em casa, dos ferimentos.

O taxista diz ainda que não sabe quando irá voltar ao trabalho novamente.

“Não sei o que vou fazer ainda. Preciso me recuperar e depois ver o que faço. Todo mundo precisa sobreviver e eu dirijo táxi”, frisa.

O comandante do 12º BPM (Niterói), coronel Gilson Chagas, afirma que os taxistas são abordados em blitze de rotina quando é flagrada alguma atitude suspeita. (Cícero Borges) n