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Em Itaipu, várias ruas amanheceram alagadas,como a Nicarágua. Um colégio no local não pode funcionar
Marcelo Feitosa
A forte chuva que atingiu a região na segunda-feira deixou prejuízos e estragos em Niterói, que permaneceu em estágio de atenção por conta da previsão de novas tempestades. Equipes da Prefeitura foram mobilizadas para amenizar os transtornos, mas alagamentos, árvores caídas, falta de luz, escolas sem aulas e deslizamentos de encostas castigaram moradores. A Região Oceânica foi um dos pontos mais atingidos. Na Estrada Velha de Itaipu, parte da via foi interditada por causa de um deslizamento de encosta próximo a uma construção. De acordo com o coordenador da Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (Clin), Marco Antônio Pissini, durante a madrugada e manhã desta terça-feira (1°), funcionários já trabalhavam na limpeza do local para a desobstrução da via. A Defesa Civil irá avaliar se há risco de desabamento do imóvel.
Nos bairros Maralegre e Cafubá, diversas ruas estavam com bolsões de água. Na Avenida Raul de Oliveira Rodrigues, um vazamento de esgoto por conta de bueiro entupido se misturou à água da chuva e inundou casas.
A publicitária Márcia Santiago, de 58 anos, passou a noite retirando água de casa e teme por novas chuvas.
“Perdi tudo”, lamentou.
O advogado Anibal Bruno, de 26 anos, contou que uma vizinha caiu em um bueiro sem tampa, na Rua Monsenhor Jacarandá, na Fazendinha.
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Terra deslizou em encosta da Estrada Velha de Itaipu. Segundo a Clin, equipes trabalharam desde a madrugada para limpar a via
Marcelo Feitosa
“Estava muito alagado. Não tinha como enxergar nada. A mulher caiu em um bueiro. A situação aqui é crítica”, desabafou.
Ainda na Rua Monsenhor Jacarandá, um vazamento de esgoto se junta à água acumulada da chuva, obstruindo a passagem. De acordo com moradores, toda vez que chove o problema se repete.
“Minha casa alagou. Entrei com a água na canela”, disse o empresário George Braga, de 35 anos.
Já na Rua Demócrito da Cunha Silveira, também no Cafubá, um carro caiu num buraco. Houve alagamentos em ruas próximas à Avenida Central, em Itaipu. Na Rua 23, muita gente não pode sair de casa. A água da chuva não escoou e deixou grande parte da via alagada. Também foram relatados rompimentos de fiações e falta de luz.
Sobre os vazamentos na Avenida Raul de Oliveira Rodrigues e Rua Monsenhor Jacarandá, a concessionária Águas de Niterói informou que os serviços de desobstruções foram executados e os vazamentos reparados.
Segundo a Prefeitura de Niterói, não houve registros de desabrigados. A Defesa Civil informou que o mês de fevereiro foi o mais chuvoso desde 2008. Na segunda-feira, índices pluviométricos foram de 140,37 milímetros, superando a estimativa para todo o mês e quase triplicando o valor de 58 milímetros apresentado há 10 dias.
De acordo com a prefeitura, equipes da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) e da Clin atuaram em diversos bairros Para facilitar o escoamento da água, foi mobilizada uma equipe para desobstrução de bueiros, retirada de entulhos e de árvores, já tendo sido realizado o serviço de limpeza e desobstrução.
Falta de luz – No Engenho do Mato, na Região Oceânica várias casas ficaram mais de 24 horas sem luz. Segundo moradores, o problema começou antes da chuva, por volta de meio-dia.
“Quando chove, a falta de luz é certa. Tive que levar os alimentos para a minha outra casa em Rio do Ouro para não estragar”, reclamou o corretor de imóveis Bruno de Mattos.
Em Várzea das Moças, moradores da Rua Itália viveram momentos de aflição com um fio de alta tensão que se rompeu após a queda de uma árvore. Segundo a concessionária Ampla, o cabo foi reparado no início da tarde.
A interrupção de energia provocada por quedas de árvores e ventos fortes também afetou a Zona Sul, Centro e Zona Norte. Moradora de São Francisco, na Rua Leila Diniz, Danyelle Lemos ficou indignada. Com um bebê em casa, e sem luz desde 14h, ela precisou sair na chuva para jantar fora e alimentar a filha.
Em nota, a Ampla, informou que a forte chuva que atingiu Niterói, São Gonçalo, Magé e também a Região dos Lagos provocou a interrupção do fornecimento de energia em alguns pontos dessas cidades.
Sobre o restabelecimento do serviço, a concessionária disse que áreas de alagamento dificultam o deslocamento dos técnicos e que triplicou o número de equipes.
Escolas – Diversas escolas tiveram que interromper as aulas por causa de alagamentos e falta de luz. Nesta terça-feira (1º), O Colégio Pluz, na Rua Nicarágua, em Itaipu, amanheceu fechado e a entrada de estudantes não era possível por conta do alagamento e do forte vazamento de água no local. A Águas de Niterói informou que o vazamento detectado se trata de uma obstrução na galeria de águas pluviais.
Na Escola Municipal Honorina de Carvalho, em Matapaca, a situação era a mesma. As aulas foram suspensas porque o prédio ficou inundado. Funcionários da Prefeitura de Niterói trabalharam na limpeza do local.
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De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, apenas uma escola da rede precisou suspender as aulas em decorrência dos problemas causados pela chuva. Segundo a pasta, cerca de 1,5 mil alunos foram afetados com a situação.
Previsão de tempo – A previsão é de tempo instável, com pancadas de chuva, até sábado. A chegada de uma frente fria, que avança pelo litoral do Estado, estimula a formação de áreas de instabilidade. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para esta quarta-feira (2) é de tempo encoberto.
Transtornos da chuva em Niterói
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