Travessia perigosa em Maria Paula

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Mureta de proteção do viaduto, no sentido São Gonçalo, se encontra em péssimo estado de conservação

André Redlich

Diariamente dezenas de pedestres se arriscam atravessando a Rodovia Amaral Peixoto (RJ-104) na altura do bairro de Maria Paula, na divisa entre os municípios de Niterói e São Gonçalo. Em um trecho próximo ao viaduto que corta o bairro, não há semáforo, faixa para a travessia de pedestres e nem radar eletrônico de velocidade, que há mais de 4 anos é reivindicado por moradores do entorno.

O risco também faz parte da rotina de motoristas que seguem na pista no sentido São Gonçalo. Quem dirige em alta velocidade na pista inclinada em dias de chuva está ainda mais propenso ao risco de acidentes. Prova disso é a mureta divisória da rodovia que está quebrada após sucessivas colisões.

O motorista Marcos Siqueira, de 43 anos, passa pelo menos três vezes na semana na RJ-104 e é a favor da instalação de um radar. Ele conta que já presenciou diversos acidentes entre vans e ônibus que passavam na rodovia em alta velocidade.

“Nessa estrada, além da inclinação, outra coisa que influencia no número de acidentes é o óleo diesel acumulado na pista. Quem não conhece a área e opta por seguir em alta velocidade pode se dar mal. Já vi acidentes feios aqui. Sou a favor do radar porque dessa forma os motoristas passariam mais devagar, evitando batidas e vítimas. Fora isso, em dias de chuva, a água fica acumulada abaixo do viaduto formando uma grande piscina”, revelou.

Para a diarista Debora Maria Gomes da Silva, de 49 anos, além de ser emergencial a instalação de radares na rodovia, é ainda mais urgente a presença de um sinal de trânsito com faixa de pedestre ou uma passarela. Moradora da comunidade Novo México há 16 anos, ela revela que já perdeu muitos vizinhos, inclusive crianças, por atropelamento na pista.

“Há muito tempo que a gente pede uma passarela aqui. Mas não há resposta. Não tem passarela, não tem sinal. Nós somos esquecidos porque estamos localizados na divisa. Fica um município jogando a responsabilidade para o outro. Enquanto isso, as pessoas vão se arriscando atravessando essa rodovia que por nós é conhecida como rodovia da morte”, reclamou a diarista.

A servente Jailma Rodrigues, de 34 anos, que também passa todos os dias pelo local no deslocamento para o trabalho reforça a má fama da RJ-104.

“Passo todos os dias da semana aqui para trabalhar. E toda vez que tenho que atravessar é uma tensão. A gente se arrisca mesmo. Tem motorista que até diminui a velocidade para dar tempo da gente correr e atravessar. Mas também tem aqueles motoristas que não querem nem saber e até aceleram. Tenho um filho pequeno e quando preciso atravessar com ele fico ainda mais preocupada. As autoridades poderiam dar uma atenção para este problema, pelo menos em respeito à vida de nossas crianças”, disse Jailma.

O Departamento de Estradas e Rodagem do Rio de Janeiro(DER-RJ) informou que, neste momento, não há previsão de instalação de novos radares na RJ-104. O órgão afirmou também que está aguardando a abertura do orçamento do Estado referente ao ano de 2016 para iniciar os reparos na mureta divisória da rodovia.

“A previsão do DER-RJ é que os trabalhos sejam iniciados até o final do primeiro trimestre deste ano. Paralelamente o órgão está intensificando as ações de conservação rotineira da via, onde estão sendo realizados serviços de tapa-buracos, roçado e limpeza de pista”, afirmou o DER, através de nota enviada pela assessoria.