UFF: MEC diz que verba para manutenção foi repassada

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A novela do corte no fornecimento de energia da Universidade Federal Fluminense (UFF) ganhou mais um capítulo neta segunda-feira (18). O Ministério da Educação (MEC) rebateu as alegações publicadas em nota divulgada pela reitoria, que aponta falta de recursos para custeio da instituição. De acordo com o órgão federal, cerca de R$ 190 milhões foram destinados à universidade e apenas R$ 1,766 milhão foi aplicado em investimentos educacionais. Desta forma, o Ministério garante que a UFF obteve um montante de R$ 188,5 milhões para a manutenção da universidade, o que inclui o pagamento das contas de energia. 

Segundo o reitor Sidney Mello, o MEC suspendeu mais de R$ 13,1 milhões da verba repassada para UFF em 2015 e, a partir daquele ano, as dívidas começaram a gerar transtornos econômicos à universidade, tendo em vista o aumento da inflação. A reitoria também justificou que decidiu priorizar o pagamento dos estudantes bolsistas e profissionais terceirizados, ao invés de direcionar os recursos para o pagamento de outros débitos, como contas de energia, por exemplo. 

Ainda de acordo com nota divulgada pela UFF, no mesmo ano, a nova gestão teria herdado uma dívida exorbitante, que seria correspondente a todo orçamento anual da universidade. Portanto, um acordo foi firmado para o repasse de uma verba paralela. 

“Lutamos para negociar os valores e conseguimos um acordo judicial com a Enel Distribuição Rio. No entanto, o Ministério da Educação não cumpriu sua parte. A verba referente ao acordo não diz respeito ao orçamento corrente da UFF em 2017. Esse recurso possui um vínculo extraorçamentário,” assegurou o reitor.

Contudo, em resposta, o MEC defendeu-se ao declarar contradição no argumento apresentado pela reitoria. O órgão explica que repassou o valor totalitário previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA), equivalente a R$190 milhões e, deste recurso, a instituição empenhou apenas R$ 1,766 milhão em investimentos internos, neste ano. Sendo assim, R$ 188,5 milhões estavam disponíveis nos cofres da universidade para uso com custeio de serviços básicos como conta de energia e água, o que compreende o pagamento de dívidas antigas. Além disso, o MEC ressaltou, mais uma vez, que após o repasse da verba não possui qualquer influência sobre a gestão do recurso.

Negociações – Na sexta-feira, a reitoria anunciou que iria liquidar o valor R$ 4 milhões, até o fim do dia. Entretanto, a concessionária afirmou,nesta segunda-feira, que o débito não foi quitado e a dívida ultrapassa R$ 19,8 milhões. A distribuidora acrescentou que ainda não foi estabelecido acordo e o fornecimento de energia da reitoria permanece suspenso. Em nota, a UFF informou que não houve avanço nas negociações, porque a Enel não aceitou o pagamento de R$ 4 milhões. 

Hoje, às 16h, a comunidade universitária anuncia uma mobilização em frente ao Campus do Gragoatá.