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Moradores reclamam de constantes reparos que não trazem a solução e tranquilidade para as 374 famílias
Marcelo Feitosa
A Caixa Econômica Federal tem sessenta dias para fazer reparos no empreendimento Zilda Arns I e II, no Fonseca, na Zona Norte de Niterói, sob pena de multa diária de R$ 2 mil caso não atenda à recomendação. A decisão da 1ª Vara Federal de Niterói atende a um pedido da Procuradoria Geral do Município após uma vistoria da Defesa Civil municipal. Três anos após a inauguração do empreendimento e diversas manutenções ao longo do caminho, permanecem os problemas de rachaduras e obstrução de rede de esgoto.
Moradores do empreendimento de nove blocos contam que, desde que se mudaram no fim de 2015, começaram a encontrar rachaduras, infiltrações e até desnível nos prédios. Para eles, a cada ano, os problemas aumentam. Em dias de chuva, dizem não dormir com medo que os edifícios venham abaixo. Segundo uma funcionária do local, algumas vezes ao ano, a CEF manda equipes de reparo ao local, mas o serviço feito não adianta.
“Eles maquiam os problemas. É só ver os remendos do lado de fora dos prédios, todos têm, mas eles dizem que não tem risco, que foi ‘falta de cimento’. Na semana do natal, o esgoto entupiu de novo e ficou a céu aberto, pois a rede central de coleta que instalaram no condomínio não funciona. A rede elétrica é um perigo, não tem nem interruptor em muitos corredores. No bloco 7, quando chove, a água invade o andar térreo e estraga vários móveis”.![]()
Marcelo Feitosa
No bloco 1 do Zilda Arns I, diversas rachaduras assustam os moradores que afirmam que em alguns apartamentos, já foi possível ver o outro lado da parede. Dona de um deles, a dona de casa Patrícia Ferreira, de 42 anos, afirma que diversos reparos já foram feitos, mas meses depois, a fissura reaparece no mesmo lugar.
“A gente morre de medo quando chove. Tenho dois filhos e mais o meu marido. Quando o funcionário veio consertar, tive que ouvir que nem ele moraria nesses condomínios”, disse.
Outra moradora, Ana Lúcia Santos, 36, que se inscreveu no programa Minha Casa Minha Vida após sua residência desabar no Morro do Castro, em 2010, diz que em dias de chuva muitos se reúnem na quadra para esperar o tempo melhorar, com medo que algo aconteça.
“A minha porta não está abrindo até o final. Ouvi da Defesa Civil que este é um sinal de que há perigo no prédio, mas os funcionários da Caixa dizem que não há risco nenhum. A impressão que temos é que as paredes estão se abrindo, nem encosto mais na minha janela”, contou, completando que costuma vazar água no corredor e até dentro dos apartamentos.
De acordo com os moradores, a última vez em que funcionários da Caixa Econômica foram até o local para reparos tem cerca de cinco meses. Em novembro, representantes do banco visitaram o empreendimento com a defesa civil municipal. Questionada sobre a vistoria, a Prefeitura de Niterói respondeu que o órgão municipal encontrou trincas, fissuras, infiltrações e problemas na rede elétrica e de esgoto, entre outros.
Por conta disso, a Procuradoria-Geral do Município acionou a justiça. Desta forma, o juiz Rodrigo Vasconcellos Pinto, da 1ª Vara Federal de Niterói, determinou que a Caixa Econômica Federal faça reparos no empreendimento Zilda Arns I e II no prazo de sessenta dias sob multa diária de R$ 2 mil até o limite de R$ 1 milhão. Caso as intervenções não garantam a segurança dos moradores, a instituição deve retirar as famílias do local e conceder valor mensal para pagamento de aluguel.
Procuradas, a Caixa Econômica Federal e a Justiça Federal não responderam sobre a decisão
Um condomínio de problemas em plena Zona Norte de Niterói
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