UPAs seguem com problemas

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Funcionários das UPAs confirmam o problema, enquanto a Secretaria Estadual de Saúde nega a informação

Foto: Lucas Benevides


A dificuldade enfrentada por pacientes que procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Fonseca, em Niterói, e de Colubandê, em São Gonçalo, ganhou mais um capítulo. Quem precisa pegar medicação está voltando de mãos vazias para casa. Apenas as pessoas internadas ou que recebem atendimento de emergência estão recebendo medicamentos. A Secretaria Estadual de Saúde negou a informação. 

De acordo com uma funcionária que preferiu não se identificar, o problema está acontecendo desde a última quinta-feira e nem todos os remédios, que são distribuídos gratuitamente aos pacientes, estão disponíveis. Segundo ela, quem precisa levar medicação para casa, mesmo que receitado por médicos do local, não consegue.  

As crises de bronquite da pequena Sofia Oliveira, de 2 anos, pioraram e a mãe, Maiara de Oliveira, de 21, logo procurou atendimento na UPA do Fonseca. Após a consulta, ao passar pela farmácia do local em busca de Prednisolona, que diminuirá as crises, a mãe foi orientada a comprar o remédio.  

“Nem sempre temos condições de comprar o remédio. Ela tem crises de bronquite frequentemente e só melhora com a Prednisolona. Mas quando procurei na farmácia aqui da UPA, eles me disseram que eu teria que comprar em outro lugar”, contou Maiara.  

A mesma situação ocorre na UPA do Colubandê. Sofrendo com diabetes, o aposentado Alamir de Almeida, de 71 anos, depende do serviço para controlar a doença. Ao tentar, pegar o remédio no setor farmacêutico da unidade, ele recebeu a mesma resposta. 

“Preciso do remédio para controlar a diabetes, mas a funcionária disse que não há previsão para a distribuição dos remédios. Assim como eu, muita gente não tem condições de pagar remédios caros e precisa disso aqui. É lamentável”, reclamou Alamir. 

No início da semana, as duas unidades sofreram com a falta de insumos e, por isso, apenas os casos de urgência eram atendidos e os serviços prestados diminuíram cerca de 30%. Após a reposição de material hospitalar e de medicamentos, os serviços foram normalizados na última quarta-feira.  

Mesmo diante da falta de distribuição dos remédios para os pacientes levarem para casa, a empresa responsável pela administração das duas unidades, a Organização Social Instituto dos Lagos Rio, afirmou que não há falta de medicamentos e insumos essenciais e que a rede está abastecida para os próximos dias, em virtude de repasse parcial feito pela Secretaria de Estado de Saúde no início da semana.  

No entanto, a empresa esclareceu que a administração das UPAs do Fonseca e do Colubandê priorizam o atendimento de pacientes amarelos e vermelhos internados e que o Instituto segue em negociação com o Governo do Estado para equacionar dívidas existentes com fornecedores e normalizar a totalidade dos serviços. 

Já a Secretaria Estadual de Saúde negou a falta de medicamentos, mas disse que as UPAs vêm priorizando o atendimento realizado e os pacientes são orientados quanto à continuidade do tratamento. Em nota, a pasta esclareceu que as unidades seguem em funcionamento e os pacientes passam por uma triagem, dando prioridade para os casos mais graves e não por ordem de chegada.

A Secretaria de Estado de Saúde informou, ainda, que faz repasses mensais parciais às Organizações Sociais, tendo já realizado pagamento neste mês de junho para a OS Lagos Rio. A secretaria ainda fez um apelo para que todas as OSs priorizem o pagamento de seus funcionários e a manutenção dos serviços.