Vidro quebrado mancha cartão-postal

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Orçado em mais de R$ 1,3 milhão, muro de vidro do MAC já havia apresentado problemas anteriormente

Evelen Gouvêa

Desde a sua reinauguração, em junho de 2016, quando passou por uma revitalização em que ganhou um muro de vidro na entrada, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), na Boa Viagem, Zona Sul de Niterói, precisou realizar a troca de, pelo menos, três placas de vidro. Há cerca de um mês, mais uma foi danificada e a previsão é que a peça seja substituída no prazo de 60 a 90 dias.

Cinco meses após o fim das obras, duas das placas de vidro já haviam rachado e o museu ficou algumas semanas com tapumes escondendo sua beleza. Quando a empresa responsável foi realizar a troca, surgiram novas rachaduras, o que adiou o reparo. O analista de sistemas Jorge Pajuaba, de 59 anos, que trabalha em frente ao local, observou que a peça danificada é sempre a do portão.

“Acredito que possa ser pela ação do tempo e calor, misturada à vibração de abrir e fechar o portão. Apesar de ser muito bonito com o vidro, seria interessante se o espaço fosse aberto”, opinou.

Para Mariela Brizzio, uma argentina de 46 anos, o equipamento poderia ser de outro material mais resistente, já que quebra constantemente. Em sua quarta vez no país, mas a primeira a passeio, a turista veio a Niterói apenas para conhecer o museu.

“Pode ser até perigoso para quem vem visitar, caso o vidro rache mais. Esse lugar é importante, uma obra de Niemeyer, a manutenção tem que estar em dia”, ressalta. 

Moradora de Icaraí, a aposentada Marilene Macedo, 62, acredita que a reforma foi importante para embelezar o ponto turístico, e que o vidro instalado no local é mais bonito do que as grades antigas. Entretanto, o custo de manutenção não vale a pena, para ela.

“O dinheiro seria melhor gasto em saúde, educação e segurança. Infraestrutura de museu é importante, mas há prioridades”, aponta.

Segundo a Prefeitura de Niterói, o vidro foi danificado acidentalmente, no momento de seu manuseio. Ainda de acordo com o Executivo Municipal, o custo da reposição foi da empresa responsável pela colocação do portão de vidro. As manutenções realizadas estavam dentro do período de garantia. O valor total de implantação da parede de vidro foi de mais de R$ 1,3 milhão.  

Questionada sobre se o tipo de material usado no local é o adequado após tantas rachaduras, a administração pública informou que estudos foram realizados na fase de projeto e todas as normas e exigências foram cumpridas de acordo com o projeto executivo. As ocorrências anteriores que ocasionaram a quebra do vidro foram identificadas e corrigidas.

A empresa responsável pela substituição da peça já foi acionada, e o prazo para a reposição é de 60 a 90 dias.