Angela Maria se reinventa em show no Teatro da UFF

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Com 60 anos de palco, a cantora afirma que quer cantar até morrer

Foto: Divulgação

Conhecida como uma das maiores vozes do rádio e com mais de 60 anos de carreira, a cantora Angela Maria está se reinventando mais uma vez. Com o show “Angela Maria à vontade, em voz e violão”, ela mostra sua intimidade com o palco e com o público fiel em um show acústico. A apresentação acontece Nessa terça (01) e quarta (02), às 20h, na série MPB em Cena, no Teatro da UFF.

Nesta turnê, Angela Maria inovou: se apresenta sem o aparato de uma banda ou orquestra, o que nunca tinha feito antes. E, além de estar acompanhada apenas do violonista Ronaldo Rayol, ela se sente à vontade para contar suas histórias e conversar com a plateia. Segundo ela, o público se diverte e se envolve intensamente com o momento.
“Nesse show eu sou completamente diferente da Angela Maria de um tempo atrás. Eu entrava muito séria, cantava ali, aquela coisa toda. Agora não, eu brinco com o público, conto coisas interessantes da minha família, conto casos, o pessoal se diverte muito. Tanto que quando acaba, parece que foi pouco (risos)”, diverte-se Angela Maria.

A ideia de fazer o show com um músico só partiu do produtor e do empresário e marido de Angela, que quiseram propor uma montagem diferente dos espetáculos que ela já havia feito. Angela confessa que, a princípio, ficou assustada, mas quis experimentar a reação do público. “Fizemos, antes da gravação, o lançamento de alguns shows em São Paulo e foi um sucesso fora de série. As pessoas estavam perguntando do disco e eu ainda não tinha gravado. Estava só fazendo um lançamento para o público, para ver se ia dar certo, e deu, porque eu me sinto mais à vontade, eu tenho a oportunidade de conversar com eles, eu brinco, eu rio, uma coisa que eu nunca fiz na minha vida. E o público adorou isso, conheceram uma outra Angela Maria”, analisa.

No repertório, estão alguns clássicos nunca gravados por ela, como “Nunca”, de Lupicínio Rodrigues; “Retalhos de cetim”, de Benito di Paula; “Só louco”, de Dorival Caymmi; e “Manhã de carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria; além dos grandes sucessos eternizados em sua voz. Ela conta que não pode sair do palco sem cantar “Babalu”, seu grande sucesso de carreira. Embora, para ela, outra música é muito mais especial. “A música que o público não me deixa sair do palco sem cantar é ‘Babalu’. Se eu não cantar, não fiz um bom show. Mas a que eu gosto mais de cantar é ‘Gente Humilde’, é o meu hino”, revela. Vinda de uma família humilde, Angela Maria sonhava, desde pequena, em ser cantora. Ela começou cantando na igreja, mas lá não tinha o glamour e os aplausos que tanto desejava, então decidiu que seria uma cantora de rádio. “Eu sentia falta do público, dos aplausos, que na igreja não tinha. Então, eu fui procurar isso aqui fora, porque eu via os programas da Rádio Nacional, com Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira, todo mundo gritando e aplaudindo. Eu falava: ‘é isso que eu quero para mim’. Claro que não é fácil, mas eu tive muita sorte também porque eu só encontrei no meu caminho com gente do bem, que me ajudou, que veio comigo”, lembra.

Provando sua boa forma e seu amor pela arte, a cantora revela que está com mais uma novidade: fará um CD cantando músicas do Roberto Carlos. Mas fez uma minuciosa seleção do repertório, para não soar repetitivo.“Eu fui falar com ele porque eu tinha que escolher o repertório e eu não queria gravar aquelas músicas que são grandes sucessos dele. Queria as primeiras canções dele. Gosto de ‘O Show já Terminou’, é muito linda. Também vou cantar uma música que ele fez com Erasmo Carlos, que Erasmo vai gravar comigo”, anima-se. A cantora, que já morou em Niterói quando criança, tem um carinho especial pela cidade, que sempre a recebe com muito entusiasmo e animação. Com seus mais de 60 anos de palco, a cantora ama o que faz e pretende fazer por muito tempo, além de seguir se reinventando.
“Quero cantar até morrer. Ainda vai ter muito ‘Babalu’ no palco”, finaliza Angela Maria. 

O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, em Niterói. Dia 1º e 2 de novembro, às 20h. Preço: R$ 40 (inteira). Censura: 10 anos. Telefone: 3674-4515.