A mostra expõe 30 obras de Dolino produzidas entre 1981 e 2015, a maioria delas nunca antes exposta
Obra de Luiz Dolino
O Centro de Artes da UFF abre as portas do dia 3 de março até o dia 10 de abril para as exposições simultâneas “Agora e Antes”, de Luiz Dolino, na Galeria de Arte UFF, e “Naturacidade”, com registros fotográficos de Lina Ibáñez e Antônio Júnior, no Espaço UFF de Fotografia.
Na mostra “Agora e Antes”, o artista plástico Luiz Dolino expõe 30 obras que produziu entre 1981 e 2015. A coleção, que será apresentada em Niterói, possui produções já exibidas em exposições anteriores, no Brasil e no exterior, assim como quadros pertencentes a acervos de colecionadores e museus. No entanto, a maioria das obras é inédita.
Dolino confessa que, apesar de não ter uma criação preferida, selecionou o acervo baseado em obras que são nitidamente identificadas com as principais características de seu trabalho, caso de IMO (1981) e VELVET (1987), junto às produções mais recentes.
“Uma exposição se assemelha a um concerto. Um músico é capaz de executar muitas melodias, mas, especificamente, para uma apresentação, escolhe um repertório mais coerente com a circunstância. Assim procurei selecionar os quadros que apresento agora na UFF. O que se busca é uma harmonia na linguagem, obras que melhor ‘conversam’ entre si. É sempre uma escolha difícil, um equilíbrio delicado”, afirma.
Com um trabalho apoiado na matemática construtivista, o artista possui uma vasta carreira que começou em Niterói no ano de 1963.
“O sentido dessa exposição é também o de facilitar uma avaliação desse percurso, que teve sua origem em Niterói, cidade que vivi na juventude e que testemunhou a minha primeira mostra. A minha expectativa é, portanto, de rever amigos, novos espectadores e tentar emocionar o público com os caminhos tão longos trilhados pela minha dedicação à pintura desde sempre”, conta.
O artista se ampara de composições atreladas ao abstracionismo geométrico desde a década de 70.
“As influências são múltiplas, até porque a tradição da pintura geométrica no Brasil é talvez o signo mais expressivo em nosso meio artístico. Temos, entre nós, desde Volpi, Ianelli a Sued, nomes reconhecidos internacionalmente e que determinam uma identidade muito significativa de nossa pintura, sempre ancorada na linguagem geométrica”, diz.
Além de suas obras pertencerem a importantes instituições do mundo, Dolino realizou também trabalhos de capa e ilustrações em livros do poeta Carlos Drummond de Andrade. Essas produções também fazem parte da coleção exposta em “Agora e Antes”.
“O poeta Carlos Drummond de Andrade foi uma pessoa com quem convivi até o final da vida dele, de forma bastante intensa. Não apenas com ele, mas com sua família, mulher, filha, netos. No calor dessa amizade, fui solicitado a ter essa participação”, explica.
Com o acúmulo de uma grande bagagem, o artista teve a oportunidade de exibir seu trabalho em mais de 50 países.
“É um marco, sem dúvida. O que posso mais desejar? Continuar produzindo e seduzindo o público a viajar nos meus sonhos”, conclui.
Paralelamente à exposição “Antes e Depois”, o Centro de Artes da UFF apresenta a mostra “Naturacidade” que evidencia, harmoniza e expressa uma sintonia entre cores, luzes, sombras, formas, instantaneidades e atemporalidades em fotografias em um contraste entre rural e urbano. É devido a esse encontro de natureza e cidade que deu-se o título da produção.Lina Ibáñez recorre à cidade com o uso das brincadeiras visuais, líricas e fantasia
Obra de Lina Ibáñez
A mostra é o resultado da amizade da colombiana Lina Ibáñez com o carioca Antônio Júnior. Os dois se conheceram em um projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense de fotografia feito para criar um banco de imagens em Niterói sobre pessoas, paisagens e cidade.
“A partir desse trabalho, viramos amigos. Apesar de termos estilos diferentes, temos personalidades parecidas”, conta Lina.
A colombiana, que mora há alguns anos no Brasil e que atualmente trabalha no Espaço Animator com cursos de fotografia, fotolivro e animação em Niterói, apresenta na exposição o tema cidade com o uso das brincadeiras visuais, líricas e fantasia.
Sendo o oposto de Lina, o carioca Antônio Júnior, professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense, evita o acaso das imagens produzidas às pressas. Ele procura fugir do aparente caos e dos excessos visuais e refugia-se na natureza.
“O Antônio planeja muito e eu sou mais de momento, sou ansiosa. A nossa proposta é construir uma linguagem de dois mundos diferentes, com duas temáticas distintas mas que conversam e convivem o tempo todo”, explica a artista.
Para essa temporada, os fotógrafos querem que a exposição não seja estática e que o público se aproprie desse conceito de “Naturacidade”.
“Nós estamos tentando viabilizar um esquema para que as pessoas mandem fotos de natureza e cidade, para que façamos a junção. Queremos projetar fotos além das nossas, mas ainda estamos vendo como iremos realizar isso”, finaliza Lina.
A Galeria de Arte UFF e O Espaço UFF de Fotografia ficam na Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí. De 3 de março até 10 de abril. No dia da inauguração de 19h às 21h. Nos outros dias, de segunda a sexta-feira, das 10h às 21h. Sábados e domingos das 13h às 21h. Entrada Franca.
Arte em dose dupla na UFF
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