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Paula Toller se apresentou na Praia de São Francisco, no aniversário da cidade - Dudu Nobre agitou evento de samba no Teatro Popular - “Milton Dacosta: 1915-2015” celebrou o ano em que o pintor niteroiense comemoraria seu centenário

Foto: Divulgação

Peças de teatro, shows, exposições, musicais, óperas. O ano de 2015 foi extremamente movimentado nos equipamentos culturais de Niterói. No Solar do Jambeiro, por exemplo, houve recorde de visitação, com 32 mil pessoas passando pelo espaço, mais que o dobro do número alcançado em 2014, que teve 15 mil visitantes. O Teatro Popular foi outro lugar de destaque, com direito a festivais de música que reuniram nomes como Paralamas do Sucesso e O Rappa, peças e musicais de grande sucesso, como a estreia da versão do sucesso da Broadway “Ou Tudo ou Nada”e “The History – A Tribute Show to ABBA”. 

No campo das exposições, o Palácio dos Correios foi destaque com a “Maldita 3.0 – No Universo da Rádio Fluminense”, que resgatou a memória da rádio que colocou o rock de vez no dial do Rio de Janeiro; “Visões Cotidianas do Brasil Moderno”, que reuniu obras de vários dos maiores artistas pintores e artistas plásticos da história”, ente os quais Di Cavalcanti, Portinari, Anita Mafaltti, Iberê Camargo e Cícéro Dias; e “Milton Dacosta: 1915-2015”, que celebrou o ano em que o pintor niteroiense comemoraria seu centenário. O Solar do Jambeiro, por sua vez, mergulhou em um período sombrio da história do Brasil com o projeto “Sala da Resistência: Ditadura em Niteói”, e deu voz ao movimento LGBT com a exposição “T de Cada Dia”.

A reabertura e melhor utilização desses espaços têm sido as principais preocupações do secretário de Cultura Arthur Maia. Ocupando o cargo desde o começo de 2013, Maia valoriza o fato de a cidade ter atendido nos últimos anos demandas antigas da população no âmbito cultural.

“Desde 2013, a Cultura de Niterói vem experimentando um grande ciclo de avanços, fundamentado na transparência e no diálogo com a classe artística e com a sociedade. Reabrimos espaços culturais, ampliamos programas importantes e criamos outros fundamentais, colocamos Niterói no roteiro dos grandes eventos, fomentamos a arte nas ruas, nas escolas e nos nossos equipamentos públicos”, cita.

A ocupação dos espaços culturais com uma programação diversificada é outro pilar da gestão da Secretaria de Cultura. Dos shows às peças de teatro, a multiplicidade artística e de temas abordados são fruto do que Arthur Maia entende como planejamento cultural em toda a programação.

“O Teatro Popular, como o Museu Janete Costa e o Solar do Jambeiro, são ótimos exemplos dessa política. Com criatividade e pluralidade artística, mesclando música, teatro, exposições etc, estamos atraindo cada vez mais público e dando uma boa visibilidade e uso para esses equipamentos”, afirma o secretário, que enalteceu, ainda, o fato de o Teatro Popular ter se tornado um espaço atrativo para grandes eventos na cidade.

“O Popular é um ótimo local para grandes eventos, colocando Niterói no roteiro dos grandes shows nacionais.”, defende. 

O presidente da Fundação de Artes de Niterói, André Diniz, ressalta que, dentre todas as realizações alcançadas este ano, a mais importante foi a aprovação do Sistema Municipal de Cultura. Para ele, a aprovação do plano aproximará a política cultural de Niterói da população.

“Esse é o maior legado da nossa gestão, que ficará para futuras gerações. É a primeira vez que Niterói tem uma política de cultura debatida com a sociedade, proporcionando uma estrutura na pasta de Lei de Incentivo, Fundo Municipal e Plano de Cultura para os próximos dez anos. Um avanço histórico”, analisa.

Além da aprovação do Sistema Municipal de Cultura, a crescente revitalização e adesão da população ao Solar do Jambeiro é outro ponto valorizado pelo presidente da FAN. Quando assumiu a gestão da fundação, em 2013, Diniz lembra que este era um dos espaços culturais mais abandonados da cidade, que recebeu apenas 7 mil visitas entre 2009 e 2012. “Em 2013, foram 14 mil; em 2014, chegamos a mais de 15mil; e agora em 2015, as pecas, exposições e shows no Solar foram visitadas por mais de 32 mil pessoas. O Solar, especialmente, tornou-se um espaço onde colocamos em prática aquilo que acreditamos na militância cultural: a capacidade de cruzar as diferenças, reconhecer o outro e seus direitos, fomentar a cidadania plena”, valoriza Diniz, utilizando o Solar do Jambeiro como um dos principais exemplos do projeto de revitalização de espaços culturais de Niterói.

Centro de Artes UFF diversifica cena cultural da cidade
Reinaugurado em setembro de 2014, o Centro de Artes UFF teve ao longo de todo 2015 uma programação tão intensa e diversificada quanto os espaços que integram o complexo cultural na Rua Miguel de Frias. O Cine Arte trouxe de volta à região um circuito de filmes que foram opção aos blockbusters, com produções de sucesso na crítica, mas com menos alcance de bilheteria. “Olmo e A Gaivota, “Timbuktu”, “O Sal da Terra” são apenas alguns exemplos de longas que chegaram a Niterói por meio do Cine Arte, que ainda recebeu festivais dos mais diveros, de curtas-metragens até cinema japonês. 

O Teatro da UFF, por sua vez, recebeu peças das mais variadas, da bem-humorada “Manual Prático do Macho Jurubeba”, inpirada em textos de Chico Sá, ao suspense polcial “Chuva Constante”, versão brasileira da peça “A Steady Rain”, estrelada nos Estados Unidos por Hugh Jackman e Daniel Craig. No campo dos shows, nomes de destaque da música nacional, como Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, também se apresentaram no palco e movimentaram Centro de Artes no mesmo fim de semana.

Já a pluralidade do Brail foi destaque no Interculturalidades, maior evento produzido pelo Centro de Artes este ano. “Mitologias, Territórios e Reexistências” trouxe representações diversas de expressões e narrativas do que o Brasil tem entre as mais significativas e representativas manifestações da cultura popular – na dança, na musicalidade, na religiosidade – de matrizes africanas e ancestrais. Para o superintendente do Centro de Artes da UFF, Leonardo Guelman, esse caráter produtor do espaço é uma de suas características mais importantes.

“O Centro de Artes não é simples receptáculo de eventos. Nós organizamos toda a nossa programação junto à nossa equipe de curadores, seja do cinema do teatro ou da galeria. Essas equipes montam uma linha de programção diversificada, ampla, o que é uma característica marcante do nosso espaço”, enfatiza Guelman.

Após um ano marcado pela crise econômica que afetou em grande escala as universidades públicas, Guelman frisa que 2016 será marcado por alguns desafios para o Centro de Artes, mas garante que a programção do espaço coninuará tendo na diversidade e no caráter humanista suas principais marcas .

“O Centro de Artes UFF é a própria UFF, então obiviamente teremos que lidar com essas dificuldades. Assim como fizemos este ano, continuaremos buscando parcerias, como com a Fundação Cesgranrio e o Ministério da Cultura. Porém, vale ressaltar que nós temos um corpo de equipamentos muito rico, um capital humano forte e já temos um concurso para a entrada de 12 músicos na OSN. Algumas respostas à crise nós mesmos iremos trazer, afinal temos um dos maiores centros cultuais universitários do País”, projeta.