Drama no pop

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Kesha está presa a um contrato que a impede de lançar música sem a autorização de Dr. Luke, com quem alega ter relação abusiva

Foto: Divulgação

A colorida indústria da música pop ganhou tons mais pesados na última sexta-feira, quando a cantora Kesha saiu da Suprema Corte de Nova Iorque sem uma decisão favorável do juiz a respeito do processo que move contra o produtor musical Dr. Luke e o selo Kemosabe Records, da Sony Music. 

A história de Kesha e Dr. Luke começou a se entrelaçar em 2005, quando ela assinou contrato com a Kemosabe Entertainment, uma subsidiária da Sony Music. Na época o produtor trabalhava com nomes da música como Katy Perry, Flo Rida e Britney Spears, e levava sua artista junto. Foi assim que a artista emplacou participações em faixas como “I Kissed A Girl” e “Right Round”. A dupla seguiu trabalhando em conjunto até 2014, quando Kesha entrou com processo contra o produtor, querendo quebra de contrato, alegando abuso sexual. Sem sucesso. No caso de basicamente qualquer outro artista, Kesha poderia fazer como Miley Cyrus e Lil Wayne, que tiveram divergências com suas gravadoras e lançaram material independente e de graça. O problema é que Kesha está presa a um contrato que a impede de lançar qualquer coisa sem a autorização de Dr. Luke. Uma vez que não existem provas de que Kesha foi abusada, no momento, o que o juiz leva em consideração é que a artista está insatisfeita com as pessoas com quem está trabalhando. 

A lista de artistas que apoiaram Kesha publicamente vem crescendo. Lady Gaga, Ariana Grande, Lily Allen, Lena Dunham, Lorde, Iggy Azalea, Demi Lovato, Troye Sivan e Kelly Clarkson botaram as caras para defender a colega. Taylor Swift se limitou a doar dinheiro. Zedd e Jack Antonoff se ofereceram para produzir músicas com a artista. Durante seu discurso de agradecimento, logo depois de levar a categoria de melhor artista britânica feminina, Adele aproveitou para disparar: “eu gostaria de usar esse momento para publicamente apoiar a Kesha”. Simples assim. A declaração foi bem rápida, mas muito significativa. Ao apoiar Kesha, a britânica vai contra a Sony Music, gravadora que a distribui globalmente. Se para Adele, uma artista já consagrada, é um passo arriscado, imagine para artistas jovens e que ainda dependem muito de suas gravadoras? 

Em texto postado na última quarta-feira (24), em sua página no Facebook, Kesha agradeceu o apoio que vem recebendo e descreveu sua relação com Dr. Luke como abusiva, mas sem especificar se esse abuso foi sexual, físico ou psicológico.