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“Nasce Uma Estrela”, com Bradley Cooper e Lady Gaga é uma das indicações de filmes dessa semana

Foto: Divulgação

Três premiações. Duas delas responsáveis por ranquear os “grandes” do mercado cinematográfico. Uma gama de filmes concorrendo ao tão disputado reconhecimento do júri internacional. Para a indústria cinematográfica, esse é o cenário tradicional de todo início de ano, quando os produtores, diretores, roteiristas e atores ficam apreensivos com as indicações. O ano de 2019 promete não ser nada diferente disso, principalmente pelo fato de 2018 ter sido um ano fértil em vários aspectos levados em consideração no julgamento para as várias categorias de premiações importantes como Globo de Ouro – que acontece no dia 6 de janeiro – e Oscar – que acontece dia 24 de fevereiro. 

Ana Rodrigues, presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, explica que este é um período em que a indústria do cinema americano se aquece com a imensa carga publicitária que esses eventos oferecem. 

“São photocalls, entrevistas e tapetes vermelhos que reforçam os favoritos, mas surpresas podem surgir no desempenho das bilheterias ou boas críticas no fim do ano. Um exemplo foi ‘Quem quer ser um milionário’. O filme britânico de 2008 ganhou oito Oscars, mas só na reta final das cotações ele se tornou um favorito. Estreou em novembro e arrebatou os principais prêmios, os do sindicato dos atores e os chamados ‘guildas’, os prêmios das associações de diretores e produtores dos EUA, que alavancam o filme para o Oscar, porque a maioria dos votantes da Academia é membro dessas instituições”, explica Ana. 

O Globo de Ouro, por sua vez, acontece anualmente e decide os melhores profissionais e produções da televisão e cinema mundial. A lista de indicados para as 25 categorias da solenidade foi divulgada no início deste mês, onde pudemos observar alguns destaques de crítica e bilheteria, entre eles “Vice” – com lançamento no Brasil previsto para o fim de janeiro –, “Nasce Uma Estrela”, “Pantera Negra”, “Bohemian Rhapsody” e outros. 

“O Globo de Ouro é concedido pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros em Hollywood. É um evento que sempre mostra tendências. Dá pra ver quem está bem cotado com a imprensa especializada. Não é tão referencial para o Oscar quanto se imagina, mas acompanha em muitos casos o que a Academia vai apresentar cerca de um mês depois”, conta a crítica, que já possui alguns palpites para o evento. 

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Foto: Divulgação

Segundo ela, 2019 será um ano atípico para a premiação, com o exemplo do longa “Roma”, do mexicano Alfonso Cuarón, que, apesar de ser da plataforma de streaming Netflix, está supercotado para levar, inclusive, a principal categoria do Globo de Ouro. 

“Esse ano, as premiações terão algumas peculiaridades. Um filme como ‘Roma’, por exemplo, é favorito nas categorias de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro. Além da excelência da produção, há o prestígio de Alfonso Cuarón numa produção mexicana que está ganhando fãs em todo o mundo. Exibido nos cinemas, seu reconhecimento é impulsionado pela disponibilidade no Netflix, que é o distribuidor do longa. O acesso fácil pelo streaming ajuda a promover a produção e o hype só aumenta”, analisa. 

Além de “Roma”, ela cita “Nasce Uma Estrela” como outro forte candidato para a categoria, que tem como protagonistas Bradley Cooper e Lady Gaga, que ela acredita serem indicados às categorias de Melhor Ator e Atriz. 

“A comédia ‘Green Book’ também está bem cotada, assim como o impactante filme de Spike Lee, ‘Infiltrado na Klan’, que teve ótima recepção no Festival do Rio, em outubro. Outro destaque é ‘A Favorita’, presente em várias listas de melhores filmes do ano e com a atuação de Olivia Colman citada com força nas premiações. Não descarto ainda a força popular de Melissa McCarthy em “Poderia Me Perdoar?” e a sempre lembrada e nunca premiada com o Oscar Glenn Close, em ‘A Esposa’”, conta. 

Já o Oscar, que vai para a sua 92ª edição, é organizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e é considerado a mais importante premiação do cinema mundial. Paulo Máttar, programador do Cine Arte UFF, adianta que, mesmo com muitos favoritos, alguns fatores tornam difíceis as previsões. 

“Todo o mundo está comentando que esse ano, especialmente, é caracterizado por muita imprevisibilidade. O Oscar tinha uma tendência a seguir, mais ou menos, as escolhas feitas no Globo de Ouro, no geral. Nos últimos anos, vemos que isso tem mudado. Especialmente em 2019, o Globo de Ouro nunca esteve tão distante do Oscar em termos de data, então eu acho que isso acaba tendo um efeito de criar uma distância também em termos de votação”, salienta Paulo. 

Para ele, levando em consideração essas circunstâncias, é complicado traçar um perfil de quem levará ou não as estatuetas, mas, em algumas categorias, Paulo consegue observar a presença de fortes nomes que podem concorrer tanto para indicação como para premiação. 

“Apesar de já termos uma leva de favoritos, neste ano está muito difícil fazer apostas. São poucas categorias que conseguimos apostar. Acho que para Melhor Canção, ‘Shallow’, de ‘Nasce uma Estrela’, dificilmente perde. Para Melhor Animação, o grande favorito é ‘Homem-Aranha: No Aranhaverso’, porque está ganhando todos os prêmios de crítica. Para Melhor Filme Estrangeiro, dificilmente ‘Roma’ perde”, conclui.