Leny na UFF

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Perto de comemorar 60 anos de carreira, Leny faz da música a sua grande paixão, sua razão de viver. “Se eu parar de cantar, eu morro”, avisa

Foto: Divulgação

(Ana Carolina Poeys)

Leny Andrade é um patrimônio do jazz. Do alto dos seus 74 anos de idade e 59 de carreira, é referência no gênero dentro e fora do Brasil. A cantora, que já se apresentou em 58 países, solta sua bela voz nestas terça (4) e quarta (5), no Teatro da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Icaraí, prometendo mostrar ao público por que seu talento ultrapassou tantas fronteiras. 

Leny investiu na música desde cedo. Aprendeu a tocar piano com seis anos, logo entrou para o Conservatório Brasileiro de Música, onde se destacou e com apenas 15 anos já se apresentava profissionalmente como crooner.

Conhecida pela facilidade de improvisar, Leny apostou no samba e na bossa nova com o trio do niteroiense Sergio Mendes, com quem se apresentava no lendário Beco das Garrafas, no Rio. Lá, foi descoberta por Ronaldo Boscoli, que a convidou para participar do musical “Gemini V” com Pery Ribeiro e o Bossa Três. 

Depois de ficarem quase oito meses em cartaz no Teatro Princesa Isabel, no Leme, foram convencidos por um empresário que tinha redes de hotéis espalhados pelo mundo a irem para o México se apresentar. Leny morou lá durante cinco anos, de onde não queria ir embora.

Em 2007, dividiu com o instrumentista César Camargo Mariano - CD “Nós”-, o Grammy Latino (EUA) de “Melhor Álbum MPB ao Vivo”, eleitos nos prêmios de melhor voz e melhor piano. O álbum “Alma Mía” (2010) ganhou o prêmio de melhor CD de música estrangeira, com melhor arranjo.

Dentre todas as suas influências, a por Roberto Carlos foi registrada no CD “Canciones del Rey” (2013), no qual Leny dá voz a versões espanholas do repertório do cantor.

Foto: Divulgação


Dentre todas as suas influências, a por Roberto Carlos foi registrada no CD “Canciones del Rey” (2013), no qual Leny dá voz a versões espanholas do repertório do cantor. A cantora faz questão de ressaltar que admira Roberto não só como profissional, mas também como pessoa, pela simplicidade dele, e também pela maneira carinhosa como trata os fãs.

Em 2014, Leny lançou o CD “Iluminados”, a pedido de Ivan Lins e Vítor Martins, para que ela gravasse os maiores sucessos deles na comemoração de 40 anos de parceria musical. 

“Eu nunca quis fazer composição, principalmente, para que eu cantasse. Eu só canto música de nível muito alto. O meu disco do Ivan Lins é uma obra de arte”, diz Leny, que revela que Ivan ainda pretende compor para ela.

A música é tudo para a cantora. “Tudo que eu queria na minha vida eu tenho. Eu programei tudo direitinho. Eu não tive filhos para não atrapalhar a carreira”, revela.

Gigante - O produtor da cantora, Djalma Marques, reafirma que o sucesso dela é cada vez maior no exterior. Em sua última turnê internacional, Leny fez dois shows em Berlim, dois na República Tcheca, dois em Londres, dois Milão, um em Israel, seis na Austrália, e oito no Japão. 

“A música brasileira cantada pela Leny, em qualquer país que chega, a repercussão é a mesma, não tem um país com mais e um com menos”, garante Djalma.

“Eu só viajo pra cantar, não viajo pra mais nada. Eu não sei se eu tenho um encantamento diferente porque eu sou uma mulher pequena, gordinha. Tenho um metro e 48 centímetros de altura, mas eu entro pra valer, não entro pra perder. Entrei pra ganhar e ganhei”, brinca Leny.

Nem uma recente queda em casa foi capaz de colocá-la fora de combate. Embora o tombo tenha sido feio, quase mortal, ela se recupera com toda a calma. A cantora ficou com um coágulo na cabeça, mas garante que não vai parar de cantar tão cedo. “Se eu parar de cantar, eu morro”, avisa.

No show no Teatro da UFF, ela promete desfilar sucessos que a consagraram, como “Chega de saudade” e “Dindi”, de Tom Jobim, “Anjo de mim”, de Ivan Lins e Vítor Martins, e “Um sonho”, de Gilberto Gil. O espetáculo é imperdível. 

O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias, 9, em Icaraí. O show acontece nestas terça (4) e quarta (5) às 20h. Preço: R$50 (inteira) e R$25 (meia).