Livre Lan Lahn

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A artista Lan Lanh.

Foto: Divulgação

Está chegando ao fim o Festival “A força e a voz da mulher”. O evento está sendo promovido pelo Centro de Artes UFF desde o começo desse mês e tem o intuito de homenagear as mulheres, que comemoram neste mês o Dia Internacional da Mulher (8 de março). A programação termina com o show “O batuque da Lan Lanh” nesta terça (28), às 20h, no Teatro da UFF.

Lan Lahn invoca através do batuque dos cajóns, atabaques e pandeiros afromelodias embalada na levada da Bahia, sua terra natal. Estão presentes no repertório do espetáculo “O Frevo”, de Osmar Macedo; “Canto de Xangô”, de Vinícius de Moraes e Baden Powell; o afrojazz “Coisa 4”, de Moacir Santos, e muito mais, além de canções autorais da artista.

Lan Lanh recebe para enriquecer suas batidas três convidados: Amanda Chaves, Andrea Ernest Dias e Miguel Dias. A percussionista explica como surgiu a pulsão de formar o grupo que irá acompanha-lá. “Desde que estreei este show aqui no Rio em temporada, fiz um ‘intercâmbio cultural’, trazendo a cada dia um som e uma voz para baixar no meu terreiro! Em Niterói, Andréa Ernest é o som. Flautista maravilhosa que conheço há muito tempo, mas nunca tive oportunidade de tocar com ela, que também lançou um livro sobre meu compositor e arranjador favorito e que inspirou toda atmosfera do meu show. ‘Moacir Santos ou Os Caminhos do Músico Brasileiro’ é a química perfeita para apresentarmos ‘Coisa 4’, música que faz parte do repertório e que também terá a participação do baixista Miguel Ernest. E a Amanda é a voz! Uma baiana assim como eu, moradora de Niterói, que vai trazer a sua arte pro meu terreiro”, conta.

A percussionista interage bastante com a proposta do festival, já que, desde o início da sua caminhada, rompe barreiras. “Sempre tive essa liberdade na minha essência, nunca pensei em romper barreira nenhuma por escolher ser música, mas acho que só pelo fato de ser mulher e de ter escolhido viver de música tocando bateria, percussão – profissões que na época eram dominadas pelos homens –, acho que até rompi sim algumas destas barreiras que existiam na época e que resistem ainda”, ressalta Lan Lanh, que, além de mostrar seu feminismo e liberdade no âmbito musical, revela esse seu lado também no figurino e cenário do espetáculo.

“Nanda Costa assina a direção artística do show e trouxe a Sol Azulay, que assina o figurino de “ogan”, mulher libertadora que toca sem camisa igual aos meninos – os músicos que me acompanham, João Felippe Brasil (cavaquinho 5 cordas) e Guto Menezes (violão e viola caipira). Sol me perguntou se eu me importaria de tocar sem camisa com os seios cobertos com  folhas de ouro. Respondi que era um sonho meu ter um figurino assim “série ouro”. Além de ser bem confortável, é livre e solto, perfeito para uma percussionista! A arte é mulher!”, argumenta.

O espetáculo conta com uma autobiografia ritmada, na qual a artista revela os seus caminhos na música, as suas escolhas e parceiros que fez ao longo deste tempo, ritmadas e misturadas com algumas histórias da música brasileira. Lan Lahn, a queridinha dos cantores mais consagrados da música brasileira, completa 30 anos de carreira e festeja a marca com o show. “Muitos dos batuques que fiz ao longo destes 30 anos foram ao lado de  artistas como Marisa Monte, Cássia Eller, Nando Reis, Tim Maia, Elba Ramalho, Ana Carolina, Cyndi Lauper, e entre shows, gravações de DVDs e discos, muitos momentos que marcaram a minha carreira se tornaram também clássicos na história da música brasileira! Por isso, celebro estas andanças neste show meio híbrido, por ser um pouco teatral, instrumental, cantado através desta autobiografia ritmada que não revela só a minha história na música, mas a história da música brasileira e de grandes compositores dos gêneros musicais mais importantes do Brasil”, conclui a percussionista. 

O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias, 9, em Icaraí, Niterói. Terça (28), às 20h. Preço: R$ 40 (inteira). Censura: 10 anos. Telefone: 3674-7515.