Pelo samba de Martinho

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Em “Meu Laiaraiá”, a intérprete traz sucessos de Martinho, como “Canta, canta, minha gente” e “Devagar Devagarinho” em versões contemporâneas

Foto: Divulgação/Ana Migliari

Em comemoração aos 81 anos de Martinho da Vila, a cantora Verônica Sabino e o violonista Luis Filipe de Lima apresentam nesta quarta-feira (20), às 20h, no Teatro da UFF, o show “Meu Laiaraiá”. Para celebrar a obra de um dos nomes mais reconhecidos e aclamados da música brasileira, a dupla convidou o percussionista Marcos Suzano.  

A parceria entre a sambista e o violonista é recente, mas a vontade de Verônica de somar sua arte à de Luís Felipe nasceu há um bom tempo. 

“Sempre admirei sua produção artística, tanto musical quanto literária; sou fã mesmo. Temos tido algumas ideias, alguns projetos na manga, mas ‘Meu Laiaraiá’ foi tomando a dianteira. Sorte a minha estarmos lado a lado. É mais que uma parceria, é um privilégio”, admite Verônica. 

Os artistas revisitam neste espetáculo a vasta obra de Martinho da Vila, procurando destacar as particularidades e a amplitude que apresenta, adicionando um ar de contemporaneidade. Sob este novo olhar, a obra musical do compositor ganha uma releitura original e pessoal a partir da experiência musical de Verônica e Luis Felipe, não só no samba, como na MPB contemporânea. No repertório escolhido, os sucessos “Disritmia”, “Devagar Devagarinho”, “Canta, canta, minha gente” marcam presença.

“Foi um mergulho na obra do Martinho, que, por si só, já teria valido. Em alguns momentos, fazer escolhas foi um desafio e tanto, um exercício de desapego. Mas tem uma hora em que os critérios vão ficando mais claros. É nessa hora que o show começa a nascer de fato. E a possibilidade de trazer as canções para um universo próprio é o que me move, sempre. Desde a escolha do repertório até o nome do show. E Luís Filipe tem esse mesmo olhar, afiado, cúmplice. Firmado no samba tradicional, mas com uma dose de ousadia. A formação da banda, a sonoridade, as histórias contadas e cantadas, tudo isso contribui para uma versão mais pessoal das canções do Martinho neste show”, explica a sambista. 

O espetáculo celebra os contextos desenvolvidos no universo musical de Martinho da Vila. Do samba ligado à ancestralidade, à negritude, ao jeito de relatar os casos amorosos com suas “Mulheres”. Apesar de Martinho ter ganhado seu reconhecimento internacional como sambista, é um compositor eclético, trabalhou na criação de frevos, bossa nova, sambas de roda, capoeira, calango, samba-enredo, toada e sambas africanos.

“Sempre tive o samba do Martinho na minha memória afetiva musical. Sendo brasileira e tendo nascido no Rio, é quase marca de nascença. Mas, agora, o encantamento se expandiu para a sua trajetória, para as histórias, a avenida, Vila Isabel, tantas belezas... Mergulhar nesse repertório é ativar aquele Brasil que nos enche de orgulho e tão bem nos representa. Estamos vivendo um tempo estranho, áspero, e isso é muito valioso neste momento”, analisa. 

Em meio à elaboração do projeto, Verônica Sabino e Luis Felipe convidaram o percussionista Marcos Suzano, que adiciona à empreitada sua experiência musical ao lado de vários artistas brasileiros, dentre eles: Nando Reis, Titãs, Armandinho, Zizi Possi, Marisa Monte e Ney Matogrosso. 

“Suzano é ídolo, amigo e parceiro desde sempre, tanto meu quanto do Luís Fillipe. Foi a primeira pessoa, anos atrás, a me falar de Martinho da Vila, a sugerir um olhar mais atento para sua obra. Sempre que penso em um novo projeto, penso nele naturalmente. Já Macaco Branco e Patrick Angello são as grandes descobertas desta temporada, trazidas por Luís Filipe. Um luxo”, revela a intérprete. 

O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói. Quarta, às 20h. Preço: R$ 50,00 (inteira). Classificação: livre. Telefone: 3674-7512.