Pelo samba e o rap

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Elza Soares, Diogo Nogueira e Rincon Sapiência vão promover um encontro dos dois gêneros em festival que conta, ainda, com uma programação gratuita que inclui oficinas de dança, de DJ, de living painting, entre outras atividades

Foto: Divulgação/Patrícia Lino

Samba e rap, dois gêneros presentes na história musical da periferia que estabelecem uma relação entre si: compartilham as mesmas raízes africanas. Ambos externalizam como é viver à margem da sociedade, retratam o cotidiano da periferia e compõem a forma de expressar da resistência. A segunda edição do “Samba Rap Festival” reúne grandes nomes dos dois gêneros musicais: Elza Soares, Rincon Sapiência e Diogo Nogueira, dia 19, a partir de 22h, na Fundição Progresso, na Lapa.

O evento contará também com uma programação gratuita ao longo do dia.  Às 17h, oficina de dança com o AfroFunk. Às 18h a aula-espetáculo “A cultura no universo da periferia”, com o historiador e pesquisador musical André Diniz. E às 19h oficina de DJ para mulheres, com Tamyris Reis; living painting, com Glauber Gal. 

“Nosso foco está em promover o encontro entre diferentes tribos por meio da música e da poesia, artisticamente de resistência. O festival abre espaço para a reflexão sobre a importância da arte na transformação do indivíduo, destacando a tradição e a inovação produzidas pelas culturas periféricas, que, apesar das suas diferenças, dividem as mesmas raízes. Na programação, há a mistura de ritmos, cores e vozes com universos poéticos que falam da atualidade”, explica Carlos Mattos, idealizador do Samba Rap Festival. 

Filho de João Nogueira, um dos maiores nomes do samba, o carioca Diogo Nogueira fez seu nome e é um dos principais artistas do cenário do samba atual.

Foto: Divulgação/Marcos Hermes

Filho de João Nogueira, um dos maiores nomes do samba, o carioca Diogo Nogueira fez seu nome e hoje é um dos principais artistas do cenário do samba atual. Já teve seus trabalhos indicados ao Grammy Latino e venceu duas vezes. Além deste reconhecimento, o cantor e compositor portelense emplacou quatro sambas-enredo na sua escola. Em comemoração a uma década de carreira, Diogo lançou seu primeiro álbum com músicas autorais e inéditas, “Munduê”, que traz para sua apresentação no Samba Rap Festival, além de seus maiores sucessos e clássicos do samba e da MPB. 

“Acho muito interessante eventos que promovem encontros entre gêneros musicais. Na verdade, o samba tem muita coisa que se assemelha ao rap e vice-versa; são gêneros que falam do cotidiano das pessoas e tocam na alma do brasileiro. Sem contar que será uma honra dividir o palco com nossa idolatrada Elza Soares e conhecer de perto Rincon Sapiência”, revela Diogo Nogueira. 

Com a originalidade de suas composições, que nitidamente trazem a influência das músicas africanas, o rapper Rincon Sapiência representa em seus versos as experiências vividas nas ruas da periferia paulistana

Foto: Divulgação/Andreh Santos

Para o palco da Fundição Progresso, Elza Soares traz seu mais recente trabalho, “Deus É Mulher”. Nele, exalta a energia feminina, debate o cenário sociopolítico e surpreende com o título e suas letras provocativas e diretas sobre sexualidade. Em seu novo show, traz para o palco diversos ritmos brasileiros como o frevo, o samba carioca e rock contemporâneo. O grupo Ilú Obá de Min, coletivo de tambores e corpo de baile formado exclusivamente por mulheres, participa da apresentação. 

Com a originalidade de suas composições, que nitidamente trazem a influência das músicas africanas, o rapper Rincon Sapiência representa em seus versos as experiências vividas nas ruas da periferia paulistana. 

“O samba nem sempre se faz presente na minha música, de forma explícita. Sempre morei em frente a uma praça bem famosa na Cohab: a Praça do Morcegão. Lá, por sua vez, tinha uns banquinhos, um lugar onde a rapaziada jogava truco e fazia samba. Posso afirmar com toda segurança que foi um lugar que ajudou muito na minha formação, com a música, de estar em contato com instrumentos e com ritmos desde muito novo. Vivi minha adolescência nos anos 90. Em São Paulo, o que é hoje o funk na periferia, nos anos 90 era o samba. Tinha muito samba na ‘quebrada’, muitos grupos”, revela Rincon Sapiência. 

A Fundição Progresso fica na Rua dos Arcos  24, na Lapa.  Dia 19. Início das oficinas às 17h, e shows a partir das 22h. Preço: a partir de R$ 80 (Inteira). Classificação 18 anos. Telefone: 2210-2190.