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Papel exigiu esforço de criação

Foto: Divulgação

Luisa Arraes é do tipo desencanada. Filha do diretor Guel Arraes e da atriz Virgínia Cavendish, ela cresceu no meio artístico e desenvolveu um olhar livre de amarras e preconceitos. Por isso mesmo, incorporar a conservadora Laís, em “Babilônia”, exigiu de Luisa um esforço de imaginação.

“Eu realmente não conheço pessoas assim. Não é nem que eu não entenda, eu não conheço. Não faz parte da minha realidade, então eu não tinha referência mesmo”, explica.

Na história de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, Laís é uma jovem criada dentro de um ambiente tradicional. Mas, aos poucos, ela quebra os dogmas familiares e consegue aceitar o que antes era inimaginável, como, por exemplo, o relacionamento homossexual entre as mães adotivas do namorado, Rafael, de Chay Suede. E é justamente essa fase do papel que mais instiga e emociona Luisa.

“Acho muito bonito e corajoso toda vez que vejo a personagem tendo a humildade de repensar tudo o que sabe e se abrir para o novo”, ressalta. O público também se identifica com as novas atitudes de Laís na trama. Pelo menos, é isso que a atriz percebe nos comentários que recebe sobre sua personagem. “As pessoas falam muito: ‘Ninguém merece essa família’. Mas li na internet comentários de gente que ficou chateada na época em que Laís brigou com as mães do Rafael. Agora que ela está passando por cima de tudo, estão voltando a admirá-la”, conta.

Por conta da personalidade de Laís, várias sequências foram especialmente difíceis para Luisa. Principalmente as cenas em que a jovem ofendeu as mães de Rafael e em que discutiu com o rapaz, culminando no término do relacionamento. Para que tudo ficasse crível e natural no vídeo, a atriz procurou entender as razões de sua personagem. “Eu tenho de defender meu papel. Ele não precisa ter as mesmas ideias que eu. Na verdade, o legal é não julgar o personagem. Para mim, é sempre importante buscar entendê-lo para poder fazer”, avalia.

Para manter o “pique” em cena ao longo dos meses de trabalho, Luisa marca ensaios frequentes com Chay Suede. De vez em quando, Igor Angelkorte e Marcos Veras, que interpretam a dupla de amigos Clóvis e Norberto, se juntam nas leituras, apesar de fazerem parte de núcleos distintos.

“Quando não dá tempo de ensaiar, a gente sente falta e é ruim”, constata. Antes da estreia da novela, foi o trabalho em conjunto com parte do elenco também que guiou o processo de composição da atriz, assim como o próprio texto dos autores.

 “Cria” do teatro, Luisa tem uma carreira ainda recente na televisão. Depois de participar das três temporadas de “Louco Por Elas”, a atriz de 21 anos ficou cerca de dois anos longe do veículo, investindo em cinema e espetáculos teatrais. De volta este ano, “Babilônia” marca sua primeira experiência em novela. No início, Luisa não chegou a sentir muita diferença em relação ao ritmo de gravação com o qual estava acostumada na série. Mas, com o passar do tempo, percebeu que o volume de texto é bem maior em um folhetim. Além disso, as gravações acontecem fora da ordem cronológica, o que pode ser confuso algumas vezes. “A série também era fora da ordem, mas eram seis cenas. Aqui tem o volume de texto. E olha que nem pego estúdios que nem a galera protagonista! Não sei como elas fazem isso”, diz, aos risos. (Luana Borges/TV Press)