Revivendo os festivais

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Sucessos como “Arrastão” e “Disparada” ganham força na voz de Soraya Ravenle, que se apresenta no Teatro da UFF

Foto: Tchello Orue/ Divulgação

Uma celebração do repertório que marcou a geração dos anos 1960, quando o País viu surgir talentos como Elis Regina, Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo, entre vários outros. Com direção musical do compositor carioca Edu Krieger, o espetáculo “MPB – A Era dos Festivais”, que estreia dia 20 no Teatro da UFF, às 20h, traz ao palco da cidade a estrela niteroiense Soraya Ravenle.

Considerada a primeira-dama dos musicais brasileiros, Ravenle revive o nascimento da MPB em músicas que permanecem no imaginário brasileiro e, por que não, oferecem uma resposta de paz aos tempos atuais do País. Isso porque, sem pretensão, o espetáculo revela a atualidade das canções nascidas há cinco décadas, que se tornaram referência para toda a produção da MPB desde então.

“Esse repertório é a minha bagagem. Sou da época do LP, de quando saía um disco novo do Chico Buarque e todo o mundo ia correndo para as lojas comprar. Então, tudo aquilo que interpreto no show fala diretamente com a minha alma. É o retrato de uma época, coincidentemente, minha geração. E o público quase sempre compartilha comigo essa emoção. Já tivemos momentos de muita comunhão com a plateia. São músicas muito especiais”, revela a atriz.

A pesquisa de repertório levou em conta os principais festivais de música realizados nos anos 1960, exibidos pelas TVs Excelsior, Record, Rio e Globo, com maior destaque para o “Festival da Música Popular Brasileira” e “Festival Internacional da Canção”. Sucessos como ‘Arrastão’ (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), ‘A Banda’ (Chico Buarque), ‘Disparada’ (Geraldo Vandré e Theo de Barros), ‘Ponteio’ (Edu Lobo e Capinam), ‘Alegria, alegria’ (Caetano Veloso), ‘Pra não dizer que não falei de flores’ (Geraldo Vandré) e ‘Fio Maravilha’ (Jorge Ben Jor) fazem parte do roteiro da peça. 

“Em todas as músicas, mantive o meu jeito de cantar. Na verdade, jamais escolheria essas músicas para um show, porque elas já têm uma assinatura muito forte, impressa pelos intérpretes que as fizeram tão famosas. Então, na verdade, esse é o meu grande desafio. Acabo sendo, de certa forma, obrigada a cantar essas canções maravilhosas e pensar como eu, Soraya, poderia cantá-las do meu jeito, da minha forma. É um grande desafio”, confessa.

A cantora estará acompanhada por Edu Krieger, violão e voz; Daniel Bessa, teclados; Fabiano Salek, percussão; e PC Castilho nos sopros.

Foto: Divulgação

Apesar da diversidade temática das canções, é possível notar um sentimento tácito de otimismo e luta por um País e uma sociedade mais democráticos e igualitários. A MPB embalou um sonho modernista de unir o Brasil através de sua cultura, num franco diálogo. O caráter político, de protesto e conscientização, também é uma marca possível de ser percebida. Quanto ao espetáculo, os arranjos são assinados por Marcelo Caldi, um dos mais reconhecidos músicos da nova geração brasileira. Soraya Ravenle, por sua vez, se vale não somente do talento vocal, mas também da maestria cênica para ‘passear’ pelas intérpretes da MPB dos anos 1960, como Elis Regina, Gal Costa e Maria Alcina. O show, no Teatro da UFF, terá participação do músico Daniel Bessa.

“Niterói é minha cidade, onde estão todas as minhas tias, minhas colegas de escola. Sempre tem um sabor de reencontro quando me apresento aí. Fico muito emocionada. Então, quero que os niteroienses saibam que nós vamos apresentar as maiores pérolas da nossa música nesse espetáculo. Obras de artistas que são referência até hoje para as novas gerações. Convido a todos para esse encontro com o que há de melhor na música brasileira”, finaliza Ravenle. 

O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí – Niterói. De 20 a 23 de julho, quinta a domingo, às 20h. Ingressos: R$ 25 (meia). Classificação: 10 anos. Telefone: 3674-7512