Sem o peso da guitarra, mas ainda ardendo

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Flea (baixista), Chad Smith (baterista), Anthony Kiedis (vocal) e Josh Klinghoffer (guitarra) apresentam ao público o CD “The Gataway”, lançado em junho

Foto: Divulgação

O décimo primeiro álbum da carreira do Red Hot Chili Peppers, “The Gataway” (Warner), foi lançado mundialmente no último dia 17 de junho e possui a marca registrada da banda: o groove de baixo mesclando rock e funk americano, característico do excêntrico baixista Flea, e a bateria igualmente cheia de suingue de Chad Smith. Mas falta neste registro aquele que é um dos instrumentos primordiais, talvez fundamental para uma banda de rock: a guitarra.

O guitarrista Josh Klinghoffer, membro da banda desde 2009 no lugar do icônico John Frusciante, não conseguiu imprimir o seu som neste CD – seu segundo trabalho com a banda. O primeiro foi “I'm with You”, de 2011, que tinha deixado boa impressão acerca do seu trabalho.

Tudo bem que o som do Red Hot não é galgado no instrumento, uma vez que o baixo, a bateria e o vocal rápido e/ou melodioso de Anthony Kiedis sempre tiveram destaque, porém, a guitarra sempre esteve ali, mesmo que um pouco como coadjuvante. Até nos áureos tempos de Frusciante – considerado pela Rolling Stone norte-americana como o 18º maior guitarrista de todos os tempos – ela estava lá.

Das 13 faixas, destaca-se “Dark Necessities”, que começa com uma trilha de baixo

Foto: Divulgação

Talvez Danger Mouse, produtor de “The Gataway”, não tenha conseguido administrar tão bem quanto seu antecessor Rick Rubin, responsável por clássicos da banda como “Californication” (1999) e “By the Way” (2002). Nesse primeiro trabalho dele com o grupo, Danger conseguiu deixar o som do Red Hot bastante pop, mesmo que mantendo as características marcantes da banda, como foi mencionado.

Das 13 faixas, destaca-se “Dark Necessities”, que começa com uma trilha de baixo, com a canção crescendo junto e os vocais característicos de Kiedis e uma melodia gostosa, com a letra introspectiva assinada por todos os integrantes, mas que, claramente, tem a assinatura do vocalista. Repleta de efeitos e a já citada ausência da guitarra, a canção se desfaz por um momento no final do som que foi o primeiro single do trabalho.

?“We Turn Red” com sua batida marcante e “The Longest Wave”, uma balada no ritmo da onda sugerida no título, também são candidatas a hit nesse álbum que não é ruim, mas que poderia ter sido bem melhor.