Um amor passado a limpo

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Leila emociona com cartas de uma filha para a mãe anos após sua morte

Foto: Divulgação

Quatro anos após perder a mãe, Leila Ferreira decidiu abrir a carta que ela deixara para ser lida após sua morte. Foi da necessidade de responder a mensagem que surgiu “O amor que sinto agora”, lançamento da Editora Planeta. Misturando realidade e ficção, a autora best-seller e jornalista apresenta um desabafo corajoso e emocionante em forma de cartas escritas pela protagonista Ana para a sua mãe. Com prefácio de Martha Medeiros, o livro acompanha a reconstrução, por meio da memória, da vida da personagem e do amor por sua mãe. Reconhecendo as angústias e as culpas reveladas pela mãe na carta, Ana busca também, por meio dos bilhetes, se reconciliar com seu próprio passado. 

O seu livro é sobre luto, saudade ou superação?
Acho que, acima de tudo, é sobre a saudade, sobre a falta que sinto de uma mãe que foi excepcional em todos os sentidos. Quando li a carta que ela deixou para que eu lesse depois de sua morte, eu soube que teria que responder de alguma forma, para que a dor da perda não ficasse ainda mais intensa. Nossa convivência foi sempre marcada pelas palavras, pelas conversas amorosas e absolutamente honestas. Acho que, ao deixar esta carta, minha mãe quis que nós duas tivéssemos uma última conversa – mais uma vez, ela quis me confortar com as palavras. E, para que fosse uma conversa, eu teria que responder. Foi o que eu fiz: mesmo criando uma personagem e misturando ficção à nossa história, foi com ela que eu conversei ao longo de todo o livro.

Esperar tanto tempo para ler a carta que sua mãe deixou tinha a ver com medo? O que essa espera representou para você?
Foi uma mistura de sentimentos. De um lado o medo, porque eu não sabia se estava preparada para a carga inevitável de emoção que a leitura provocaria (na verdade, a gente nunca está). E, talvez mais forte que o medo, a sensação de que, ao ler aquela carta, eu estaria encerrando minhas conversas com minha  mãe. Aquela carta representava a última vez que ela falaria comigo. Lê-la era deixar de ouvi-la definitivamente, uma perspectiva assustadora. Por isso esperei. E, claro, esperar foi quase tão difícil quanto a experiência de ler depois.

Mesmo sendo uma opção sua, como é receber uma mensagem de alguém que já partiu?
É desconcertante. É como se o tempo fosse reinventado durante aqueles minutos que dura a leitura da carta. A presença daquela mãe que escreve, que fui obrigada a deixar no passado, volta por alguns instantes. Mas é uma volta condenada à provisoriedade. Eu sabia que, assim que a leitura terminasse, a voz dela se calaria de forma definitiva. Quando isso aconteceu, fiquei órfã mais uma vez.

Que caminho você encontrou para lidar com essa dor?
Vi que a saída era escrever. Era o que minha mãe faria. Professora de português apaixonada pelas palavras, ela sempre nos ensinou, aos seis filhos, a buscar saídas na leitura e na escrita. Ela escrevia sempre que estava triste ou se sentia só. Fazia poemas, crônicas, deixava bilhetes para os filhos, ou seja, segui o exemplo que ela deixou. 

Escrever um livro como resposta é vontade de contar do seu amor para todo o mundo?
Não, era a vontade de contar para ela. De dizer a ela o quanto tenho certeza desse amor. De pedir a ela que não se desculpasse por seus erros, como fez na carta, porque eles são irrelevantes diante do amor que sempre sentimos uma pela outra. Ela diz na carta que me oprimiu, me sufocou. Eu queria que ela soubesse que, infinitamente mais do que me oprimir, ela me inspirou; que seus acertos foram muito maiores do que os erros que ela acreditou ter cometido. Ela pode ter projetado em mim muitos dos seus sonhos e frustrações, e era inevitável que isso pesasse em alguns momentos. Mas, diante do que seu amor construiu e proporcionou para mim e meus irmãos, não ficou nenhuma dívida. Não há por que pedir perdão. E eu também queria que ela soubesse que, depois de uma vida lutando contra a depressão, eu estava conseguindo me reconstruir. Essa vitória eu tinha que compartilhar com ela de alguma forma. 

Com o que você acredita que o leitor vai se identificar mais com o seu livro?
Acho que as questões da perda, da saudade, do medo que as mães têm de errar, dos desencontros inevitáveis na relação entre mães e filhos e, acima de tudo, do amor imenso que pode ser vivido nessa relação, são questões com as quais a maioria das pessoas se identifica. Espero que elas encontrem nas minhas cartas alguma forma de tradução do que vivem e sentem. 

“Economia, história e memórias”, lançado pela Eduff

Foto: Divulgação


Liberdade na diversidade

A escritora infantojuvenil Janine Rodrigues lança seu quinto livro ‘Nuang - Caminhos da Liberdade’, pela Editora Piraporando, neste sábado, às 15h, no  LER - Salão Carioca do Livro.
Com ilustrações da artista visual Luciana Nabuco, a história fala sobre liberdade a partir do olhar de uma criança. 
A história traz fortes elementos da cultura afrobrasileira e africana, incluindo palavras do grupo etnolinguístico bantu.
Rodrigues começou a escrever esta história ainda na infância quando tinha apenas nove anos de idade. 

75 anos contados

Os 75 anos da Faculdade de Economia da UFF são celebrados em relatos emocionados daqueles que testemunharam as lutas e resistências da nossa história recente que estão no livro “Economia, história e memórias”, lançadado pela Eduff.
Uma das mais antigas instituições de ensino de Ciências Econômicas do Brasil, criada em 1942, quando Niterói era capital do estado. Nascida como instituição privada, depois federalizada e incorporada à UFF e responsável pela formação de mais 3,5 mil economistas em mais de sete décadas.

Mitos e verdades para crianças 

O que acontece quando se cutuca um machucado? Tomar sorvete no frio faz mal? Podemos pegar e comer um doce que caiu no chão? Essas e outras dúvidas são respondidas em “Será que pode ou faz mal?”, livro que traz um guia divertido sobre mitos e verdades a respeito da saúde das crianças. A obra marca a estreia da parceria entre a jornalista Mariza Tavares e o médico Luis Fernando Correia. O lançamento é neste sábado, dia 19, na Blooks Livraria, no Reserva Cultural Niterói, em São Domingos.

O Reserva Cultural Niterói fica na Av. Visconde de Rio Branco, 880, São Domingos. Sábado (19) às 17h. Entrada franca. Telefone: 3604-9931.

Salão Carioca do Livro começa nesta quinta no Centro

Começa nesta quinta e vai até o dia 20 a segunda edição da “LER - Salão Carioca do Livro” na Biblioteca Parque Estadual, Centro, Rio de Janeiro.

O evento é um encontro sobre livros feito para leitores, que reúne autores, livrarias e editoras, e que oferece peças, exposições, tecnologia, música, entre outras atrações. Tudo gratuito.

Criado para elevar a paixão pela leitura em todas as idades, o evento também vai oferecer oficinas durante os quatro dias de evento.
Arthur Dapieve; Conceição Evaristo; Duca Rachid; Elisa Lucinda; Fabrício Carpinejar; Fernanda Young; FML Pepper; Geovani Matins; Gregório Duviver; Lázaro Ramos e Martha Medeiros são algumas das presenças confirmadas para este ano.

A programação conta ainda com espaços temáticos, que promovem encontros entre público e convidados. As inscrições acontecem no site do evento, mas também podem ser feitas na hora.

A Biblioteca Parque Estadual fica na Av. Pres. Vargas, 1261 - Centro, Rio de Janeiro. De 17 a 20 de maio. Das 10h às 21h. Entrada franca. Telefone: 2222-9450.