Um mergulho na brasilidade

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Músicas do álbum têm uma verve tropicalista; indie, por ser uma sonoridade intensa e totalmente independente; e contemporânea, por cantar o hoje

Foto: Divulgação

Os niteroienses da banda Tempo Rei acabam de lançar seu primeiro CD, intitulado “Eternidade é tempo algum”. Os músicos da banda dedicaram a obra de estreia ao seu ídolo maior: o cantor Gilberto Gil, e também a todos os artistas que fizeram parte da Tropicália. O grupo apresenta releituras do cantor baiano e canções autorais no projeto, que contará com shows que irá circular por diversas cidades fluminenses divulgando três composições autorais: “Quem Me Dera”, “Certeza do Mundo” e “Giro do Tempo”.

Segundo seus integrantes, as músicas têm uma verve tropicalista, em homenagem ao Gil; indie, por ser uma sonoridade intensa e totalmente independente; e contemporânea, por ser do mesmo período. 

“Gil é um mestre, então, sempre que pudermos, nós iremos homenageá-lo. Ele é uma influência enorme para a banda Tempo Rei, assim como toda a Tropicália, o jazz, o rock... Misturamos tudo e saiu uma sonoridade ímpar. Fazemos música pra vida, que falam sobre escolhas, autoconhecimento, amor, indignação, etc.”, explica Reinaldo Pestana, baterista da Tempo Rei e um dos fundadores da banda junto com Aprígio Bertholdo no vocal; André Barros na guitarra; Maurício Figueiredo no baixo elétrico e Renato Catharino no Teclado.

Tempo Rei é uma banda de possibilidades, que perpassa por inúmeras experiências sonoras, como maracatu, frevo, ijexá e bossa nova, isso sem falar no jazz e do rock, que estão sempre caminhando juntos nas interpretações de cada músico. Além de voz, guitarra, baixo, teclado e bateria, a banda também utiliza a percussão em algumas gravações. É uma forma de afirmar por que o Brasil chama tanta atenção no exterior. As improvisações fazem parte do processo musical da banda. É uma sonoridade aberta, que expressa a forma de cada músico interagir com seu instrumento. A proposta é integrar a realidade do mundo atual com as artes plásticas, a fotografia, vídeo, além da música. Forte influência na sonoridade da banda, Gilberto Gil deu nome ao grupo, originário de uma de suas composições. Sobre essa diversidade, Reinaldo conta um pouco mais.

“Nós chegamos no ponto que queríamos. Esses ritmos maravilhosos que o Brasil possui proporciona a criatividade. Existem mais de 10 ritmos no disco. Todos na linguagem musical exata. Um exemplo: a música ‘Futuras Alegrias’ começa com um frevo e termina na onda do Black Sabbath. As possibilidades são enormes quando se pesquisa e quando se tem a linguagem. Pesquisei a maioria das células rítmicas dos instrumentos melódicos para tentar sair daquele ‘mais do mesmo’”, detalha o baterista, que ainda comemora o fato de uma música recente do trabalho já ter um bom alcance em tão pouco tempo.

“A música ‘Certeza do Mundo’, que ganhou animação em vídeo, vem ganhando o público. O vídeo já obteve mais de 20 mil visualizações no nosso canal do YouTube. Ela foi feita com o objetivo de fazer as pessoas se questionarem: ‘O que precisamos?’, ‘O que desejamos?’, ‘Por que aceitamos?’”.

Segundo Reinaldo, a banda está em cena por amor. Eles sabem que o mercado musical para o gênero que eles propõem está difícil, mas, mesmo assim, não desistirão de propagar a boa música.

“Não estamos preocupados com isso de fazer um megassucesso. Sabe que a cena da música brasileira que fazemos está se extinguindo.

Então o que fazemos é tentar deixar uma sonoridade viva. Se daqui a 40 anos a banda Tempo Rei for lembrada, beleza, caso não, tudo bem também. Gostamos é de música. Só gostaríamos de apresentar bastante o nosso projeto. 

Certamente as pessoas que amam música irão parar para refletir no que é dito nas letras.

Estamos lutando para isso. A próxima meta é fazer shows em São Paulo. Lá é um lugar incrível para se trabalhar com música”, finaliza Reinaldo.