“Causou profunda impressão o assassinato, antehontem, na visinha Capital, do festejado poeta Annibal Theophilo, calma e friamente praticado pelo Deputado sergipano Gilberto Amado, também litterato.
O crime foi praticado após haver terminado a Hora Litteraria, no edificio do <<Jornal do Commercio>>, na qual, entre outros homens de lettras, tomaram parte aquelles.
O poeta Annibal Theophilo e o Deputado Gilberto Amado estavam com as relações cortadas, devido ao gênio rixoso do segundo, já conhecido como um homem de desmedida ambição e illimitado orgulho, que o levaram a depreciar o merito de quantos o sobrepujavam em talento e cultura.
Ante-hontem, o Deputado sergipano respondeu a um cumprimento que não lhe era dirigido, do poeta, que immediatamente desfez a duvida.
O Deputado nada disse. Retiravam-se as pessoas que haviam assistido a reunião litteraria, quando no saguão de entrada do edifício do Jornal do Commercio o Sr. Paulo Hasslocher dirihiu-se ao poeta Annibal Theophilo, tomando tardiamente a defesa de Gilberto Amado.
Foi nessa occasião que emquanto o Sr. Hasslocher investia contra o poeta, tambem contra este Gilberto Amado deu tres tiros de pistola Mauser, matando-o covardemente.
O enterro da victima foi hontem realizado no jazigo perpetuo da família, no quadro 25, n 3.192, do cemiterio de S. Francisco Xavier, tendo numeroso acompanhamento.”
(Transcrito do texto original)
Um poeta assassinado
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