Uma leitura curta sobre longas

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Sabadin é crítico de cinema, professor, curador e escritor, além de roteirista

Foto: Divulgação
 

A sétima arte é o tema do sexto título da coleção best-seller “Para quem tem pressa”. Nas 200 páginas de “A História do Cinema para quem tem pressa” (editora Valentina), o leitor conhecerá os inventores e os pioneiros, o nascimento e o fim dos grandes estúdios nos EUA, os reflexos no cinema a partir da primeira e segunda guerras mundiais, os expressionismos alemão e francês, o impacto das produções com som e o surgimento da TV, o neorrealismo italiano e a nouvelle vague, o início e as fases do cinema brasileiro, animações e contraculturas, tudo em linguagem acessível. Um livro que não tem a pretensão de esgotar nem o tema nem a paciência do leitor mergulhado nessa louca contemporaneidade, segundo o autor Celso Sabadin, sócio-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

Que momentos dessa história você acredita que mais chamam a atenção do leitor hoje?

Acredito que seja a passagem do cinema mudo para o sonoro. Como cerca de 90% de tudo o que foi produzido na era do cinema silencioso foi irremediavelmente perdido, é lógico e natural que as pessoas de uma forma geral acreditem que esse cinema foi algo rudimentar, até tosco, o que não é verdade: o cinema silencioso foi riquíssimo, foi onde se desenvolveram praticamente todos os gêneros e as técnicas cinematográficas utilizadas e conhecidas até hoje. E a transição para o som num primeiro momento até retardou o desenvolvimento do cinema. Acredito que seja um tema desconhecido pela maioria, o que é bem compreensível. 

O cinema sempre esteve intimamente ligado ao comportamento e hábitos da sociedade. É possível perceber isso na cronologia que você desenvolveu?

Com certeza, principalmente quando se fala nas alterações sociais e comportamentais provocadas pelas duas guerras mundiais do século 20. O mundo se transforma sensivelmente nos períodos que se sucedem a estas guerras, e o cinema enquanto manifestação artística e cultural se torna um espelho destas transformações. O mundo muda e a produção cinematográfica se vê obrigada a mudar também, para não morrer. 

Quais as curiosidades que você considera mais divertidas nessa leitura?

Não sei se divertida seria a palavra mais adequada, mas acho interessante saber como e porque o prêmio Oscar foi criado para tentar apagar a péssima imagem que os profissionais de cinema tinham no início dos anos 1920, ou compreender os motivos que levaram a Alemanha a desenvolver o gênero terror, a partir dos anos 1910. É curioso também saber que a Nigéria está entre os três ou quatro maiores produtores de cinema do mundo em quantidade de longas, e tentar entender porque nunca se foi tanto ao cinema em toda a História como no ano de 1946. Ficou curioso? Está tudo explicado no livro.  

E como fica o cinema brasileiro, tão cheio de altos e baixos, nesta obra?

Como o cinema é a forma mais cara que existe de produzir arte, a forma mais industrial, a produção cinematográfica de cada nação invariavelmente está atrelada à situação econômica do país que a produz. No caso do Brasil, sempre instável econômica e politicamente, é natural que ele historicamente produza um cinema igualmente instável e irregular. O livro destaca e contextualiza os momentos em que o cinema brasileiro se projetou no cenário mundial, principalmente na época do Cinema Novo e mais recentemente com a Retomada. Para uma leitura mais completa da nossa produção cinematográfica seria necessário um outro livro, talvez um “História do Cinema Brasileiro para quem Tem Pressa”. Poderia ser uma ideia.

O livro "O fim dos bancos" é do autor Jonathan Mcmillan

Foto: Divulgação

Revolução

Em “O fim dos bancos” (Cia das Letras) o sistema bancário é explicado para, em seguida, apresentar um relato sobre como os bancos se desenvolveram e se transformaram na era da revolução digital. Os autores defendem que a crise de 2008 é uma consequência inevitável, assim como o fim da prática de banking como existe hoje.

Como ser justo

Em tempos de polarização da opinião pública “A bússola e a balança” (Ed. Moderna) é um livro que se propõe desenvolver a capacidade de reflexão e de diálogo, apresentando de forma acessível noções de justiça para os jovens leitores. Visando um mundo mais igualitário, a autora pretende ajudar a distinguir o bem do mal e o justo do injusto.

Sobre jogos

O combate aos videogames violentos, que teoricamente provocariam agressividade e dessensibilização, já é parte do senso comum. Mas até que ponto essa relação entre jogos e violência é verdadeira? Em “Videogame e violência” (Ed. Civilização Brasileira) uma especialista em criminologia, história do Brasil e gamer analisa o tema.