Adrenalina no Parque da Cidade

Esportes
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Atletas voltam neste domingo para uma das melhores pistas do Estado, desafiando seus limites em duas rodas

Foto: Douglas Macedo

O Parque da Cidade, na Zona Sul de Niterói, foi tomada por bicicletas de diferentes cores e formas. É que na tarde deste sábado (20) mais de 100 atletas disputaram a penúltima etapa do “DownNit”, um esporte no qual vence o ciclista que consegue descer um dado percurso o mais rápido possível.

O organizador do evento, Léo Dias, explica que a pista do Parque atrai atletas de outras partes do Estado por ser bem trabalhada, com obstáculos naturais feitos de pedras e raízes, e por apresentar um grau de dificuldade diferente a cada percurso. “Estamos na nossa terceira edição e já podemos dizer que esta contou com recorde de público. Destaque para as categorias voltadas para os atletas mais jovens. Na categoria com garotos até 17 anos, estamos com mais de 40 competidores. A disputa será acirrada porque contamos com ciclistas muito bem preparados. Neste domingo, saberemos os nomes dos campeões”, disse o organizador, acrescentando que os vencedores terão direito a troféus, premiações em dinheiro e equipamentos para bike. “O primeiro lugar irá faturar R$ 500. O segundo colocado levará R$ 300 e o terceiro R$ 200”, afirmou Léo.  

O atleta Bruno Silva, de 18 anos, de Cachoeira de Macacu, veio para Niterói, especialmente para a competição. Há cerca de uma semana, ele havia disputado uma das provas mais importantes para os downhillers, a da escadaria de Santos, em São Paulo. Lá, ele se classificou em sétimo lugar. Bruno é um dos ciclistas de mais peso no DownNit. “Venci nas edições anteriores. Mas desta vez, há mais atletas e menos amadores. Esta pista do Parque da Cidade é uma das melhores do Estado. É necessário preparação, força e técnica para as manobras”, afirmou Bruno, que revela que seus treinos acontecem em sua pista particular montada dentro do sítio da avó, em Cachoeiras de Macacu. 

Enquanto outros ciclistas aguardavam serem chamados para a prova, um casal esperava ansioso pela convocação do filho. A mãe, Ana Lúcia Stepanov, de 50 anos, e o pai, Jorge Stepanov, de 55, não perdem a oportunidade de torcer pelo filho, o atleta Alexandre Stepanov, de 17 anos. “Quando o nome dele é chamado, eu começo a torcer e a rezar”, brinca a mãe, que complementa: “Este esporte é assim: eles sobem o morro e se jogam ribanceira abaixo. Que mãe tem estrutura para ver isso? Eu fico daqui de cima só marcando o tempo”, diz Ana, com orgulho do seu jovem atleta.

Enquanto a mãe conta o tempo em que o filho atravessa o percurso, o pai também se aventura em meio a trilha para conseguir os melhores ângulos para a fotografia. “Nós damos todo o apoio. O Downwill é um esporte radical, ainda desconhecido em grande parte do Brasil. Já na Europa, esta modalidade de ciclismo dá mais audiência do que Fórmula 1. Meu filho aos 2 anos de idade já andava na bicicleta sem rodinha. Aos três anos, abriu o queixo ao tentar dar uma pirueta. Ele sempre quis andar de bicicleta de uma forma não convencional. Eu e minha esposa percebemos isso. Meu filho herdou de mim o gosto pela bicicleta. Meu não, nosso!”, comenta o pai, apontando para a esposa. Ele aproveita para fazer uma brincadeira: “É que nestes momentos, o pai bate no peito para falar: “É meu filho!”.

Assim que terminou a prova, o ciclista Alexandre Stepanov foi conferir com a mãe o tempo que levou para completar o percurso. Ao lado dela, ele comentou: “É muito importante contar com o apoio dos pais, ainda mais quando é um esporte que não é tão popular. A força deles me ajuda a seguir adiante, para que eu melhore a cada competição, e me destaque nisto que escolhi para a minha vida. Estou bem confiante para esta edição e com expectativa de subir ao pódio”, disse o atleta.