Defensoria diz que Flamengo recusa acordo

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Homenagens ainda são feitas na entrada do Ninho

Tomaz Silva/ Agência Brasil

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho informam que, esgotadas todas as tentativas de negociação, o Clube de Regatas do Flamengo recusou-se a celebrar um acordo de reparação às vítimas do incêndio ocorrido no Centro de Treinamento Ninho do Urubu com as instituições acima referidas. 

Os valores apresentados pelo clube estão aquém daquilo que as instituições entendem como minimamente razoável diante da enorme perda das famílias e demais envolvidos. A recusa do acordo foi informada por meio de ligação telefônica às 19h desta terça-feira (19).
 
Encerrada a tentativa de acordo, as instituições buscarão agora reparação judicial. Já nesta quarta-feira (20), familiares dos jogadores serão atendidos pela Defensoria Pública para que sejam orientados sobre as medidas possíveis.

Mais cedo, a coordenadora cível da Defensoria Pública, Cíntia Guedes, disse que as negociações com o clube estavam próximas de 90% de consenso. “O acordo está bem adiantado. Já temos uma minuta de um acordo coletivo de um TAC [Termo de Ajuste de Conduta]. Posso dizer que temos consenso em quase 90% dos pontos desse TAC”, afirmou na ocasião.

Cíntia Guedes revelou que dois pontos ainda estão em aberto, entre eles o valor das indenizações das famílias dos 10 adolescentes mortos. “No primeiro momento, a diferença era grande. Hoje já está bem reduzida, por isso estamos acreditando que o Flamengo vai chegar em um valor que a gente considere razoável”, indicou, acrescentando, que atualmente a diferença entre os valores do clube e das instituições está entre 20% a 30%.

O outro ponto em aberto é sobre o valor das pensões que serão pagas às famílias dos atletas. “O Flamengo concorda com a pensão, mas há detalhes a acertar. O tempo que ela vai perdurar, quem recebe. A gente também está fazendo uma indenização que abranja em relação aos adolescentes que morreram. Não só o pai e a mãe, mas também os irmãos e os avós. O sofrimento é da família toda. Tem meninos que os responsáveis legais eram um avô ou avó”, ressaltou.

Cíntia Guedes disse que o esforço é para atingir valores adequados. “Nós estamos tentando buscar um valor que seja condizente com a dor dessas famílias. Não adianta tentarmos um valor muito pequeno”, afirmou. “A intenção é fazer um valor efetivamente justo que ao mesmo tempo consiga minimizar a dor dessas famílias e mostre para elas também o valor que o clube dá para os atletas.”