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Escultura de Jesús Malverde terá 11 metros de altura e virá na segunda alegoria da Sossego

Foto: Lucas Benevides

O ano de 2019 representa para a Acadêmicos do Sossego uma nova chance. É a oportunidade de mostrar a força que a comunidade do Largo da Batalha tem. Se apegando a esse pensamento, a azul e branca de Niterói renasce e vai com tudo para a Marquês de Sapucaí, prometendo um capítulo diferente daquele que foi visto no ano passado. A agremiação será a sétima e última a desfilar na sexta-feira, dia 1º de março.

Com a decisão da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) de não haver rebaixamento, a Sossego, que ficou em último lugar, disputa novamente a Série A do carnaval carioca, com outras 12 agremiações. A fé de fazer um desfile inesquecível também norteia o enredo da escola: “Não se meta com a minha fé. Acredito em quem quiser”, do carnavalesco Leandro Valente. 

A Sossego quer levar ao público uma mensagem atual, dizendo não à intolerância religiosa. É pregando o respeito que a azul e branca abraça todas as crenças e credos, através de seus 1800 componentes, 22 alas e quatro alegorias. O abre-alas de 25 metros de comprimento, e que não é acoplado, traz um grande navio, simbolizando o recado de que “estamos todos no mesmo barco”, independente da religião. A alegoria é composta por 88 mil copinhos de café, todos doados pela comunidade.

A segunda alegoria é envolta na cultura mexicana, com o narrador do enredo, Jesús Malverde, figura cultuada por narcotraficantes, que roubava dos ricos para alimentar os pobres. Uma escultura gigante do narcosanto, com 11 metros de altura, vem à frente do carro, além da Santa Muerte. A terceira alegoria é um templo do “Budalorixá”, que retrata a mistura de diferentes crenças e religiões. Para fechar o desfile, a polêmica vem à tona: a alegoria representa um terreiro todo quebrado, com uma mãe de santo chorando.

“A gente propõe o seguinte questionamento: matar em nome de Deus é certo? Quebrar em nome de Deus é certo? Até onde vai essa fé?”, indaga o presidente Wallace Palhares, acrescentando que a alegoria de diabo que lembra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, promete dar o que falar.