Porto da Pedra corre contra o tempo

O Flu na Folia
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Trabalho no barracão da Porto da Pedra segue em ritmo intenso para colocar na avenida desfile sobre Antonio Pitanga

Foto: Lucas Benevides

A Porto da Pedra enfrenta uma corrida contra o tempo para levar seu carnaval para a avenida. Mas, para isso, conta com o apoio da comunidade, que não poupa esforços em ajudar a escola na confecção de fantasias e alegorias. Depois de bater na trave, chegando a disputar o primeiro lugar na apuração do ano passado, o Tigre de São Gonçalo quer mostrar a sua força para voltar ao Especial.  

Com um enredo que mistura a vida e arte do ator Antônio Pitanga, a escola está se reerguendo de um incêndio que atingiu seu barracão no ano passado. O galpão, que está com grande parte de seu espaço destelhado, é dividido com a Acadêmicos de Santa Cruz. A Porto da Pedra ainda se divide entre outro barracão, cedido pela coirmã Viradouro.  

“É um sacrifício fazer o carnaval no Acesso. É diminuição de verba, falta de apoio. Ainda não temos nada concluído, mas tudo estará pronto no dia do desfile, mas até lá a gente vai sofrer. É uma corrida contra o tempo”, lamenta o carnavalesco Jaime Cezário.  

Faltando 20 dias para o desfile, a vermelho e branca tem, até agora, cerca de 60% do seu carnaval desenvolvido. Mas o carnavalesco garante que os contratempos não impedirão a Porto de apresentar um belíssimo espetáculo.  

Com a volta de Jaime Cezário, a agremiação vem conseguindo se reerguer aos poucos. Nos últimos três anos, seus enredos foram marcados pela diversão, cores e empolgação do público. Popularidade, aliás, tem se tornado a marca da escola gonçalense.  

“A gente vem de uma escala ascendente. Peguei a escola lá embaixo, amargando os últimos lugares. Se a escola ganhar, está fazendo por merecer, porque é um trabalho de formiguinha. A Porto da Pedra está construindo seu caminho. Então pode ser esse ano, por que não?”, torce o carnavalesco.  

Para fazer a mágica dar certo, Jaime selecionou trabalhos e histórias de Antônio Pitanga - que está comemorando 80 anos de vida e 60 de carreira -, começando por sua vida em Salvador, na Bahia, e o despertar da sua paixão pela arte. Como tradição, o tigre, com cerca de 20 metros, virá no abre-alas, que traz o sincretismo religioso, numa mistura da religião católica com o candomblé.  

Grandes produções do cinema serão representadas na avenida, como Bahia de Todos os Santos, Quilombo e Ganga Zumba. Sua vida no teatro será dividida em três momentos: a fase paulista, a baiana e a carioca, com referências sobre seus principais trabalhos e palcos por onde passou. Na televisão, a escola traz a memória de um dos seus papéis mais populares, o Tião Pastel, com a companhia de Dona Jura, em “O Clone”. 

O desfile será encerrado com a vinda de Pitanga para o Rio de Janeiro, onde se envolveu em questões sociais e políticas, além de despertar seu amor pelo carnaval carioca.