Cruzou a Ponte no porta-malas

Polícia
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Sem saber que os bandidos haviam atravessado a Ponte, policiais civis e militares fizeram buscas pela região. Crime aconteceu na Rua Alzira Vargas

Foto: Marcelo Feitosa

Um grupo com cerca de cinco criminosos fortemente armados e usando coletes à prova de balas e toucas ninja sequestrou um professor de educação física no Fonseca, por volta das 10h da manhã desta quarta-feira (26. A vítima teve todos os seus pertences levados, inclusive a moto Honda CB, que era emprestada de um amigo. A vítima foi libertada horas mais tarde na Penha, na Zona da Leopoldina, no Rio. 

A vítima contou que estava indo até uma academia no Santo Cristo, onde trabalhava como personal trainer, quando no caminho, ao passar pela Rua Alzira Vargas do Amaral Peixoto, encontrou um aluno da academia que seguia a pé e parou. Ele ofereceu carona e o aluno atravessou a rua para falar com ele. Foi neste momento que os cinco homens armados, dois deles com fuzil, saíram de um Grand Siena branco e abordaram a dupla.

A vítima contou que os criminosos não o agrediram fisicamente, mas fizeram ameaças. Eles alertaram que se a vítima tentasse reagir e chamar a atenção de outros veículos, e o carro fosse perseguido pela polícia, o primeiro local a ser atingido pelos disparos seria o porta-malas.

“No momento em que eles me colocaram na mala, eu só pensava que se acontecesse alguma coisa, se tivesse blitz, ou algo assim, eu poderia ser atingido porque ninguém ia saber que eu estava ali”, contou a vítima, acrescentando ao ser libertado que os criminosos deixaram R$ 20 com ele, para que pagasse pelo transporte de volta a Niterói. 

“Assim que eles pararam, eu não consegui ver nada. Veio aquele clarão. Depois que eles fugiram, eu consegui parar um cara e usar o telefone dele. Depois, voltei para Niterói”, contou o professor enquanto fazia o registro na 78ª DP (Fonseca).  

O aluno da academia, que ao contrário do professor foi deixado no local do crime, relatou que pensou, num primeiro momento, se tratar de uma “dura” de policiais.
“Todos [os bandidos] estavam usando coletes e toucas ninja. E o jeito com que seguravam as armas, pareciam bem seguros. Mas uma das primeiras perguntas foi logo se nós éramos policiais. Daí, percebi que seríamos roubados”, declarou a vítima, de 38 anos. 

Ainda segundo ele, depois de uma revista nos dois para saber se estavam ou não armados, um homem de dentro do carro disse para colocar o personal trainer no porta malas do veículo. 

“Eu pensei que iam nos assaltar. Até aí tudo normal para os dias de hoje. Mas não sei porque o sequestraram”, acrescentou. Para fugir do local, os criminosos fecharam a via e fizeram o retorno com o carro e um dos criminosos pilotou a motocicleta recém-roubada. Os veículos seguiram em direção à Rua Tenente Osório e, no caminho, foram abordando os carros pelo caminho para que saíssem da frente e abrissem espaço para a passagem. 

O caso foi logo denunciado na 78ª DP (Fonseca), de onde equipes saíram para fazer buscas em comunidades da região, como Vila Ipiranga, Coronel Leôncio e Morro do Castro, com apoio da PM, mas nada encontraram.

Por volta das 13h, o professor ligou para o aluno, avisando que estava bem e que tinha acabado de ser liberado pelos criminosos na Penha. 

Agentes da 78ª DP informaram que vão buscar imagens de câmeras de segurança da região que possam ajudar a identificar o veículo usado no crime e o trajeto feito pelos criminosos em direção à Ponte Rio Niterói. Quem tiver informações sobre o caso pode ligar para a delegacia ou entrar em contato do Serviço Disque-Denúncia (2253-1177). O anonimato é garantido. 

(Colaborou Marcio Bulhões)