Amigo do peito

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Almir e Lúcia Pereira adotaram a cadelinha Lua quando seus filhos se casaram e saíram de casa. Ao lado, Maria Aparecida Custódio e o parceiro Ciro.

Foto: Arquivo Pessoal

Ter um bicho de estimação pode ser um excelente remédio para o espírito. A presença de um animal em casa traz benefícios para a saúde física e mental do dono. Na terceira idade, então, essa realidade é ainda mais evidente.

Muitas pessoas, quando envelhecem, sofrem com algum tipo de solidão, seja por causa do casamento dos filhos ou falecimento do esposo ou esposa. Por isso, a presença de um animalzinho no dia a dia ajuda a superar esse vazio e as estimula a praticar atividades físicas como, por exemplo, a caminhada.

Almir Pereira, 73 anos, e Lúcia Pereira, 68, estão nessa situação. Eles já tiveram alguns cachorros durante a vida, mas, após ficarem sozinhos em casa depois que os filhos se casaram, adotaram a cadelinha Lua.

“Antes, eu gostava dos cachorros, mas não era tão apegada. Eles ficavam fora de casa e eu jamais pensei que fosse deixar eles dormirem dentro de casa, ou deitar na cama ou no sofá. Hoje, não estou nem aí, pelo contrário, a Lua nos faz muito bem, só traz alegria. Se eu saio para fazer alguma coisa fora de casa, ela já deita com o meu marido. Ela não nos deixa sozinhos. Acho que todas as pessoas, independente da idade, deveriam adotar um bichinho. É claro que hoje eu faço os exames de rotinas normais para uma pessoa da minha idade, mas já diminuiu bastante a medicação e o estresse”, conta. 

Alguns benefícios que os animais trazem para os idosos são conhecidos, como a interação social, pois os animais precisam de passeios diariamente. Sendo assim, nessas caminhadas em parques ou pela vizinhança, é possível interagir com outras pessoas, conhecer novos lugares e estimular a comunicação. Outro benefício é o aumento da disposição, pois normalmente, o ideal é caminhar ao menos uma hora com o seu pet. Essa atividade promove sensação de bem-estar e contribui para a saúde mental, já que os estímulos recebidos ao caminhar aumentam a coordenação motora e fazem com que o cérebro responda a estímulos visuais, sonoros, táteis e olfativos.

A presença de um bichinho ajuda a prevenir doenças como depressão, problemas relacionados à pressão sanguínea, frequência cardíaca e capacidade motora, por causa da prática de exercícios em companhia do animal. O aumento da expectativa de vida também é uma realidade, uma vez que a ciência já comprovou que quem convive com um pet é mais feliz, saudável e vive mais.

A engenheira civil Maria Aparecida Custódio se diz apaixonada pelos animais desde sempre.

Foto: Arquivo Pessoal

Pesquisas realizadas em pacientes que receberam alta de uma unidade cardíaca apontaram que quem possuía animais em sua residência vivia mais. Isto porque a convivência com os bichos aumentava a sensação de bem-estar e, por consequência, elevava a expectativa de vida. 

Maria Aparecida Custódio, de 65 anos, é engenheira civil e se diz apaixonada pelos animais desde sempre. Já resgatou diversos cães e cuida com todo amor. Ciro, cão resgatado por ela há cinco anos, atualmente é o único animal que ela tem em casa.

“Ele é o grande amor da minha vida. É ele que me dá ânimo para acordar todos os dias. Nós fazemos diversos passeios. Já não tenho mais a mesma força de antes e, como ele tem um certo tamanho, não consigo mais levá-lo para passear na coleira. Dependemos de um passeador de cães. Ele adora passear comigo de carro, é uma grande companhia e fonte de carinho. O mais importante é a responsabilidade, não é fácil ter um animal, exige cuidados, mas o amor que eles dão recompensa”, revela.

Por André Bernardo