Aos 28 anos, Rihanna já passou por muitas fases e muitos cabelos. Até hoje, não é difícil ver a artista americana mudando de cabelo como quem muda de roupa. Claro que ela, uma das cantoras mais bem-pagas do mundo, tem dinheiro de sobra para mudar as madeixas, mas o segredo dos fios é mais simples do que muita gente imagina, e tem nome: full lace.
A full lace é uma espécie de prótese capilar feita com uma tela bem fina, e que é afixada nas laterais do rosto com adesivo ou cola específicos. Na prática, é como se fosse uma “peruca invisível”, com a diferença de que as usuárias da técnica podem fazer de tudo enquanto usam a lace: entrar no mar, tomar banho e praticar atividades físicas. A tela que fica em contato com a pele e serve como “base” precisa ser fina e leve, para que seja praticamente imperceptível para quem olha, e para que a pessoa que está com a prótese sinta apenas o peso dos fios.
Ao contrário do implante capilar – outra opção usada por pessoas com problemas de queda de cabelo –, essas próteses não precisam de intervenção cirúrgica, basta procurar um cabeleireiro que domine a técnica. O problema é que encontrar locais que ofereçam esse tipo de serviço não é tão fácil. Uma das opções fica no Centro do Rio, onde a cabeleireira Adriana da Silva Diniz, com mais de 15 anos de prática na técnica, atende.
“A procura por essas peças normalmente vem de pessoas com problemas como calvície, alopécia e queda de cabelo por conta de quimioterapia. Mas também tem quem venha por vaidade”, revela.
A colocação da prótese é o momento em que a “peruca” ganha a cara da cliente, e a cabeleireira faz ajustes, por exemplo, no tamanho e na cor dos fios. Adriana indica que um cuidado a ser tomado é não lavar o cabelo com xampu normal, e adianta alguns detalhes para quem pensa em investir na prótese.
“O processo de colocação é rápido, demora cerca de 50 minutos. A manutenção deve ser feita, em média, a cada 15 dias, ou a cada semana”, afirma.
A prótese capilar é queridinha de outras celebridades além de Rihanna. A funkeira Ludmilla, Beyoncé e Tyra Banks também apostaram na lace para estar sempre mudando o visual. A vontade de estar diferente foi o que incentivou Emanuella Regina, de 32 anos, a investir em full laces. Atualmente, a funcionária pública já tem mais de 10 “perucas”.
“As laces me permitem variar sem agredir meu cabelo. Adoro essas mudanças. E o melhor: posso cuidar do meu cabelo natural, posso ser loira um dia, ruiva no outro, ter cabelo curto ou longo. Adoro essas possibilidades”, conta.
Emanuella é uma grande entusiasta da técnica, e acompanha grupos em redes sociais para ficar por dentro das dicas e estar em contato com outras pessoas que também tenham aderido às próteses. E ela gosta tanto de variar que já levou até uma das próteses ao salão e pediu para uma profissional pintar o cabelo. “Tenho duas humanas e nove sintéticas”, revela.
Há quatro anos, Elaine Lopes, de 31 anos, lutava contra problemas na tireoide, teve intensa queda de cabelo e chegou a ter princípio de depressão, segundo ela, por conta da perda dos fios. Foi nessa época que ela conheceu a prótese capilar. Eliane conta que a ideia de usar uma peruca foi uma proposta do médico que acompanhava seu tratamento, mas a inspiração para investir em uma full lace foi mesmo Beyoncé.
“Não sabia o que era pior: ter que usar peruca ou ficar quase careca. Não me imaginava com peruca e não aceitava aquela situação. Passei noites em claro à procura de algo. Foi quando vi uma blogueira dizer que Beyoncé usava essa técnica. Então pensei: se aquele cabelo lindo é uma peruca desse tipo, eu também tenho coragem de usar”, conta.
A primeira prótese ela comprou na China. Demorou 30 dias para chegar, mas Eliane garante que a espera valeu a pena, e depois que começou a usá-la, passou a “se sentir a mulher mais linda do mundo” e, consequentemente, aceitou melhor seu problema de saúde.
“No primeiro ano, eu usava uma peruca humana, até mesmo por vergonha de descobrirem que eu usava. Hoje, não ligo, levanto a bandeira e torço para que o brasileiro aceite isso como mais um acessório”, finaliza.