Comida de verdade

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Lauro Carvalho, e seus sócios da Plezi Gourmet

Foto: Divulgação

O estilo de alimentação saudável vem ganhando cada vez mais adeptos. Mas as pessoas não estão apenas trocando as comidas gordurosas por saladinhas sem graça: estão passando a consumir as chamadas “comidas de verdade”, um tipo de alimentação mais natural. Junto com essa nova filosofia de vida, diversos pequenos produtores estão fabricando produtos naturais de maneira artesanal. Para esses microempresários, feiras gastronômicas ajudam a aproximar os consumidores desse tipo de alimentação.

Criada em 2015, a marca de queijos vegano NoMoo, de Marcelo Doin e Nathália Pires, foi apresentada a um maior público consumidor por meio destas feiras. Além disso, foi através da Junta Local e da Primavera Vegana, ambas no Rio de Janeiro, que os sócios fizeram amigos e parcerias interessantes, utilizando seus queijos em pizzas e pratos servidos por alguns parceiros em diversas edições da feira. “As feiras permitiram testar o mercado e nos aproximar do público consumidor. Elas funcionam como um termômetro, demonstrando a viabilidade comercial do produto e uma excelente oportunidade de receber feedbacks”, afirma Marcelo Doin.

A ideia da criação da marca surgiu no fim de 2014 nos Estados Unidos, onde o casal de sócios morava enquanto Marcelo estudava no Natural Gourmet Institute, em Nova Iorque. Nesta época, ele começou a desenvolver alguns queijos veganos e, a partir daí, seus amigos o incentivaram, dizendo que se tornariam consumidores se ele e sua esposa lançassem os produtos no mercado americano. Hoje, a marca possui diversos tipos de queijo: muçarela, prato, provolone, chèvre (similar a um cream cheese) e parmesão ralado. Eles são feitos com o leite da castanha de caju, em processo muito similar ao método tradicional de fazer queijos. “O resultado prático é um queijo de origem vegetal com textura e sabor muito próximos da versão animal, com a vantagem de ser um produto isento de lactose, caseína, colesterol ou insumos como a soja e aromatizantes”, explica o empresário.

Além de casados, Paloma Blanc e Rafael Ferro são sócios numa marca de bebidas vegetais

Foto: Lucas Benevides

Para Lauro Carvalho, um dos sócios da Plezi Gourmet, marca que possui linha artesanal de manteigas temperadas, azeite defumado, gersais - condimento preparado com sementes moídas de gergelim e sal - e especiarias, há grande aumento de consumidores procurando alimentos artesanais e naturais devido à preocupação com a saúde. “As pessoas, em geral, estão procurando consumir produtos mais saudáveis, com menos agrotóxicos, menos processados e que não tenham uma quantidade absurda de conservantes e corantes. Até os programas de TV estão incentivando mais o público a comer ‘comida de verdade’”, afirma.

Ele também acredita que as feiras gastronômicas servem como um termômetro para descobrir a opinião do consumidor final. Além disso, existe um companheirismo muito forte com os outros produtores. “Nós trocamos muitas informações entre os fornecedores e nos ajudamos com tudo que podemos. Isso é muito legal! Não existe essa coisa de competição, muito pelo contrário, as pessoas, podendo ajudar, ajudam”, garante o sócio da marca junto com Priscilla Menezes e Guilherme Alves.

Donos da Purifica, de bebidas vegetais, os sócios Paloma Blanc e Rafael Ferro relembram que a Junta Local foi a primeira a abrir portas para o projeto dos dois, estreando na feira no primeiro dia de funcionamento da marca. “A feira tem uma relevância enorme para o cenário gastronômico artesanal do Rio de Janeiro e é vitrine para todo o Brasil. Ela ajuda na valorização do nosso trabalho e abre um mundo de novos sabores, mas, principalmente, promove trocas benéficas nas relações de consumo”, afirma Rafael.

Lanches

A Purifica surgiu após Paloma, que é nutricionista, se especializar em Gastronomia Funcional, em 2014, mesmo ano em que o Rafael, seu sócio e marido, foi para Ásia fazer trabalho voluntário. Naquele ano, ela começou a cozinhar muito mais em seus momentos livres e foi sentindo cada vez mais a necessidade de colocar todo o conhecimento que adquiriu à disposição dos outros. “Quando o Rafa voltou, perguntei se ele topava abrir alguma coisa comigo. Fazia uso diariamente de leites vegetais e biomassa de banana verde e, por isso, tinha sempre em casa. Comecei a perceber que no dia a dia faltavam opções de lanches rápidos, saudáveis, gostosos e que me deixassem saciada, por isso optei pelas bebidas”, finaliza Paloma.