Ginseng indiano

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A ashwagandha é rica em ferro, taninos, alcaloides, antioxidantes, nitrato de potássio e ácidos graxos

Foto: Divulgação

Dizem que santo de casa não faz milagre. Mas já percebeu que sempre tem uma pessoa mais velha da nossa família com uma receita milagrosa para qualquer mal-estar que sentimos? A ashwagandha, também conhecida como cheiro-de-cavalo, cereja-de-inverno e ginseng indiano, é considerada uma das ervas mais poderosas da medicina tradicional indiana.

Seu sucesso se deve à grande aplicabilidade no tratamento de doenças. Auxilia no tratamento da tireoide, glândulas adrenais, para melhorar o humor e a energia. Ela também previne o câncer, apoia a saúde do cérebro por reduzir a degeneração das células, estabiliza o açúcar no sangue, diminui o colesterol e impulsiona a imunidade. 

A ashwagandha é rica em ferro, taninos, alcaloides, antioxidantes, nitrato de potássio, ácidos graxos e inúmeras outras substâncias. 

“Dentre seus efeitos mais populares está o fato de auxiliar no aumento do vigor sexual e na contagem de espermas em homens”, diz Fernando Oliveira, coordenador da Escola de Ayurveda. 

A medicina ayurveda tem como principal característica a integração de suas formas e tratamentos, não se concentrando em apenas um medicamento específico. Portanto, a erva é utilizada, geralmente, dentro de formulações específicas.

A terapeuta Aline Amra procurou a erva para uma melhor disposição física e vigor na mente

Foto: Evelen Gouvêa

“Sendo assim, dificilmente temos pessoas que se beneficiam de uma única planta e entendemos que, sozinhas, sem associar à mudança no estilo de vida, elas trazem poucos resultados. Popularizar isto pode levar à automedicação, o que é ruim. Seu uso inadequado pode gerar complicações. Nunca deve ser feito sem indicação. Isto vale para qualquer planta medicinal”, assegura Fernando.

A planta tem sua origem nas altas montanhas da Cordilheira do Himalaia e é usada há milhares de anos na tradicional medicina indiana conhecida como Ayurveda (Ciência da Vida), mostrando resultados incríveis para a saúde.

“No Ayurveda, a raiz da ashwagandha é utilizada de diversas formas: em pó seco, cápsulas, misturada no mel, ghee ou até mesmo fervida com leite orgânico. Tenho utilizado a planta withania em pó, cápsulas ou misturado em um veículo como leite, ghee ou mel sem prejuízo a sua ação farmacológica”, informa Aderson Moreira da Rocha, clínico geral, reumatologista e presidente da Associação Brasileira de Ayurveda.

É preciso ter cuidado, pois nem tudo que é natural faz bem.

“Todo remédio tem indicações, contraindicações e efeitos adversos. A diferença entre o medicamento e o veneno é a dose. Não é recomendado a ashwagandha em crianças pequenas, em grávidas e em pacientes com alergia à planta medicinal. Um dos possíveis efeitos adversos é a sonolência, que pode vir do uso da erva durante o dia. Por isto, muitas vezes, recomendamos o seu uso noturno devido à possível sedação associada”, orienta Aderson.

A terapeuta ayurveda Aline Amra, de 42 anos, procurou a erva para uma melhor disposição física e vigor na mente para tornar decisões.

“Estava com grande desgaste físico, me sentindo cansada e não conseguia descansar, relaxar. Fiz uso de ashwagandha junto com manjericão e algumas práticas de pranayama (respiração) e senti que a minha musculatura ficou fortalecida, senti menos cansaço”, conta.