Sem barreiras

Revista
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Aos 62 anos, a fisioterapeuta Elizabeth Dantas é praticante do pole dance há um ano

Foto: Evelen Gouvêa

A prática do pole dance tem aumentado muito nos últimos anos e isso pode ser percebido no boom das academias que oferecem a modalidade. Mais do que uma dança sensual, trata-se de um esporte que trabalha os mais diversos músculos do corpo e tem empoderado mulheres de todas as idades, ajudando-as a amarem seus corpos. Dentre os benefícios, estão desenvolvimento do equilíbrio, fortalecimento dos ossos e melhora na flexibilidade. Até as mais velhas estão se aventurando na modalidade, mostrando que não há idade pra fazer aquilo que gosta. 

Uma delas é Elizabeth Dantas, fisioterapeuta de 62 anos que pratica a dança no Copa Pole, no Rio de Janeiro, há um ano. Ela conta que leva aprendizados das aulas para seu dia a dia profissional, no consultório. 

“Procurei o pole pela beleza e elasticidade, experimentei por curiosidade e adorei! Achei bem difícil no início, mas fui me surpreendendo com conquistas e superações, como o medo de cair e movimentos que me exigiam força e flexibilidade. Cada conquista de movimento me fortalece não só fisicamente, senti mudanças na segurança emocional também”,  conta ela, que diz adorar como o pole trabalha os músculos de uma forma intensa e profunda, apesar das dificuldades. 

“Minha dificuldade não é pela idade e, sim, pela própria dificuldade do esporte. Diria que, no início, era mais presa, a cada aula sinto soltar travas antes não exploradas. Conseguir ultrapassar esses limites aos 63 anos não tem preço”, aponta. 

Ainda um tabu no Brasil, quando se fala de pole dance, logo é feita uma associação com o striptease. Na verdade, existem duas modalidades do esporte: uma, sensual, chamada de exotic, e outra, chamada fitness, variação esportiva e acrobática. 

Além disso, para fazer as acrobacias, é necessária aderência do corpo com a barra, por isso, em geral, são utilizadas roupas curtas, para deixar a pele mais exposta, o que acaba intimidando muitas mulheres, principalmente as mais velhas. 

Outra a se aventurar no mundo do pole dance é Maria José, funcionária pública aposentada de 62 anos, que pratica a modalidade no Nut Café e Arte, no Rio.

“Quando vi pela primeira vez a barra de pole, há quatro anos, achei incrível os exercícios que a professora demonstrou. Uma atividade acrobática! Foi isso que me encantou e encanta até hoje”, explica ela, que diz achar o esporte desafiador. “O que mais gosto são os desafios. O aperfeiçoamento dos movimentos a cada aula, tentar até conseguir”, aponta.

Maria José também reforça que há idade para fazer aquilo que se gosta e conta que isso nem foi um fator quando decidiu começar a praticar o pole. 

“Quando decidi começar nem pensei nisso. É claro que, ao longo da vida, há perda da força muscular e isso é inevitável, daí a importância de exercícios físicos sempre”, pondera. “Só a idade não deve ser um impedimento para algo que você deseje fazer, ou pelo menos tentar”, completa ela, que também faz aulas de dança do ventre, balé para adultos e pilates três vezes por semana.