Verde ao ponto

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Equilíbrio e o prazer à mesa

Foto: Colaboração/Romeu Valadares

É batata! Com o perdão do trocadilho, é só escrever um texto com foco numa carne terrestre qualquer e lá vem uma série de e-mails vegetarianos, uns poucos até educados, me mandando estudar para aprender a respeitar os animais e tal, a maioria, na bronca mesmo, com direito a xingamentos e tudo.

Olha aí, pessoal, pode espernear à vontade, não me debruço na pesquisa de nutrição e, apesar de gostar muito, não conheço de antropologia para defender tese da carne na formação do Homo sapiens.

Minha ambição é o equilíbrio e o prazer à mesa, sei que abusamos no consumo de carnes, por isso tenho a voz rouca de tanto que aconselho o aumento da presença de vegetais e frutas na composição do prato cotidiano.

Então vamos lá, já que espernear não adianta, que tal usar o tempo e o espaço para criar e divulgar ideias que tornem folhas e legumes mais atrativos? Quem sabe, com um charme extra, possam chamar a atenção do carnívoro.

Assim, se o mundo vegano ainda está distante, a gente vai atenuando o impacto que a criação em larga escala tem no meio ambiente e na saúde do povo.

Salada de inverno

Enquanto a sopa “pipoca” nas mídias invernais, digo que estamos em plena temporada de caça às folhas! Sim senhor, essa é a hora! No verão, quando é imperativo comer uma salada fresquinha, dá tristeza de ver o que está disponível nos mercados.

O trajeto do campo até nossa mesa é implacável, o sol escaldante e o calor são ladrões de viço, principalmente das folhas. Então viva o inverno! O molho, ou mesmo a qualidade do vinagre e do azeite são fundamentais, invista nisso.

Na minha salada de alface-romana e baby rúcula, usei uma mistura fácil e deliciosa: vinagre balsâmico e mel de abelhas, uma colher de sopa de mel para cada duas de vinagre (ou encontre sua própria combinação). A salada deve ter aquele toque ácido que faz a boca salivar, não esqueça que as folhas não possuem suculência natural.

Combine as folhas com esse molho e tempere com pouco sal, espalhe pedacinhos de queijo azul (gosto de usar o tipo Bleu de Bresse da Polenghi), nozes, ou castanhas-de-caju, um fio de azeite e umas boas fatias do pão pouchon, que vem da França congelado e é assado nos supermercados Zona Sul.

A combinação clássica de vinho com queijos azuis pende para os vinhos fortificados (portos e madeiras são os mais conhecidos), mas, aqui, com a mistura de mel e balsâmico, uma garfada completa casou bem com o espumante rosé que a nossa Vinícola Aurora faz da uva moscatel. Mais doce que os brut, o rosé ligou com o sal do queijo azul.

O conjunto de balsâmico, mel e nozes ficou bom com a acidez e o gás característico do espumante. No site da Aurora, que, por sinal, completou 85 anos, custa R$30,55, mas, em alguns mercados, dá para encontrar com preço antigo ainda mais barato! BGB = BOM, GOSTOSO e BARATO!