Como brasileiro, confesso que cada vez que o presidente Lula abre a boca sem roteiro, sinto um profundo constrangimento. O episódio recente na Indonésia é o retrato de um governo sem norte moral e sem freio ético. Num país onde o tráfico é punido com pena de morte, Lula teve a audácia de dizer que “traficantes são vítimas dos usuários”. A fala, além de absurda, foi interpretada pelo mundo como uma defesa descarada de criminosos. É a inversão completa dos valores que sustentam qualquer sociedade civilizada.
Essa mentalidade é perigosa. Ao transformar bandidos em vítimas, o governo dilui a responsabilidade individual e enfraquece o princípio da justiça. É como se o assaltante fosse vítima da desigualdade, o corrupto vítima do sistema, o estuprador vítima da sociedade. Esse raciocínio destrói a lógica moral que separa o certo do errado, o bem do mal.
Lula não está sozinho nessa agenda de distorções. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, recentemente afirmou que os barqueiros narcotraficantes são apenas “operários do narcotráfico”. A mesma narrativa: o criminoso é inocente, o sistema é o culpado. E assim, com discursos brandos e justificativas ideológicas, líderes de esquerda em toda a América Latina vão alimentando um perigoso romantismo do crime.
Essa inversão moral fortalece o crime organizado, incentiva a impunidade e fragiliza as instituições. Quando o Estado abandona a firmeza e abraça o relativismo, o resultado é previsível: o avanço da barbárie. Não é exagero imaginar que, mantido esse rumo, caminhamos para um cenário de caos semelhante ao retratado em “Mad Max”, onde a lei é substituída pela força e a moral desaparece.
O que está em jogo é mais do que uma opinião infeliz. Trata-se de uma visão de mundo. Uma visão que reescreve a história para absolver o criminoso e culpar o cidadão de bem. A pergunta que fica é: quem ganha com isso? Certamente não é o povo trabalhador, que vive acuado pela violência e pela corrupção. Ganha o crime, ganha o caos e perde o Brasil.
É hora de o país recuperar o senso moral que sempre foi seu alicerce. Sem ele, nenhuma nação resiste.
Por Alexandre França - jornalista



